A vida depois do câncer

A vida depois do câncer

Encerrando o mês dedicado à prevenção do câncer de próstata, a Revide reuniu alguns homens dispostos a dar seu depoimento, reafirmando que a vida deve continuar depois de enfrentar a doença

Muito se ouviu, nas últimas semanas, a respeito do câncer de próstata e da importância de manter os exames preventivos em dia para não ser surpreendido pela doença em estágio avançado. O tema ganhou destaque especial em 2003, quando surgiu, na Austrália, a campanha intitulada Novembro Azul. O mês em que se comemora o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, 17, passou a ter ações de alerta sobre a doença todos os dias. A iniciativa australiana acabou se espalhando pelo mundo e ganhou cara própria nos países onde desembarcou. No Brasil, ganhou mais força no ano passado, por meio do Instituto Lado a Lado pela Vida, que realizou mais de duas mil ações no país inteiro.
Em solo nacional, quebrar o preconceito masculino de ir ao médico e, quando necessário, fazer o exame de toque acabou se tornando o aspecto principal da campanha. Para chamar a atenção para o assunto, é comum ver monumentos e prédios históricos iluminados em tons de azul. Em Ribeirão Preto, a paisagem também ganhou nova cor em diversos pontos, como a sede da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), o escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), o Espaço Cultural e de Extensão Universitária da mesma instituição e o Hospital Materno-Infantil Sinhá Junqueira.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há aproximadamente 69 mil novos casos de tumores na próstata todos os anos entre os brasileiros, sendo que 12 mil acabam vencidos pela doença. No entanto, com diagnóstico precoce, as chances de cura desse tipo de câncer beiram os 100%. Apenas essa informação deveria suficiente para levar os homens ao urologista, regularmente, a partir dos 50 anos — ou dos 45 anos, no caso daqueles que possuem histórico familiar. Essa é a recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia. 


Os diagnósticos disponíveis são a medição do PSA, antígeno específico da próstata identificado por exame sanguíneo, e pelo exame de toque. Os tratamentos mais comuns são cirurgia e radioterapia, mas a Medicina já apresenta algumas alternativas. Entre os temidos efeitos colaterais estão incontinência urinária e impotência sexual, no entanto, mais uma vez, os avanços da Medicina prometem ajuda na hora de contornar essas limitações. 


Como é o caso de outros tumores, receber a notícia de um câncer de próstata é, invariavelmente, motivo de medo e de insegurança, não só pelo tratamento, mas pela continuidade da vida com qualidade. Essas aflições foram comuns nos relatos reunidos pela Revide nas páginas a seguir. No entanto, maior do que o receio de perder a luta para a doença ou passar a conviver com efeitos colaterais pouco agradáveis foi o desejo de ser bem-sucedido no tratamento e viver outros bons anos ao lado da família e dos amigos. Os dez depoimentos a seguir deixam claro que vale a pena despir-se de qualquer preconceito, realizar exames periodicamente e permanecer em dia com a saúde do corpo e da mente. 

Abdo Simão - 83 anos, neurologista

Sou médico e estou em Ribeirão Preto dede 1955. Concluí o curso em 1961 e aprendi que um dos princípios fundamentais em tudo, principalmente em Medicina. A prevenção é extremamente importante — prevenir antes de acontecer, e fazer um acompanhamento médico de como evolui um organismo é fundamental. Isso se faz através de exames realizados, em tese, anualmente, o que se transformou em prática para meus pacientes e para mim também. A partir de 1995, acrescentei aos meus exames rotineiros os da próstata, PSA e toque retal, que merece uma reflexão especial. É um exame que causa temor, discriminação e renitência sem justificativas. Ninguém deixa de ser o que é por causa de um simples toque retal. Após quase uma década de realização de exames, surgiram os primeiros sinais de aumento do PSA. Isso chamou a minha atenção e procurei um urologista que, ao final de um exame clínico, evidenciou que havia algo de anormal em um dos polos da próstata. Foi solicitada uma biópsia prostática, que confirmou a presença de um tumor. Discutimos sobre a conduta — se o tratamento deveria ser cirúrgico ou radioterápico. Em meu caso, especificamente, dada a análise dos fatores, optei pelo tratamento radioterápico. Foram 39 semanas de radiação e, após cinco anos, veio o veredicto: eu estava curado. Como médico, tenho o dever de salientar e alertar a todos, indistintamente, que façam de forma rotineira a avaliação e os exames que podem informar sobre o desenvolvimento de seu organismo. A prevenção é o caminho mais curto para a cura, menos oneroso e com menos sofrimento. As realizações desses exames, sem dúvida, irão propiciar uma vida saudável. 

Amândio Esdras - 80 anos, engenheiro mecânico

Sempre fui bastante cuidadoso com a saúde e faço exames periódicos desde os 50 anos. Apesar disso, não usufruí dos benefícios que o diagnóstico precoce do câncer pode trazer. Em um dado momento, quando eu morava em Igarapava e fazia meus check ups em Uberaba, verificou-se que os meus níveis de PSA começaram a subir. No entanto, as investigações clínicas e até as duas biopsias a que me submeti não apontaram a presença de um tumor maligno. Quando o diagnóstico finalmente foi fechado, eu estava com 67% da próstata comprometida, quadro que me deixava com duas opções: a extração radical da glândula e a quimioterapia. No entanto, o segundo procedimento garantiria a cura apenas temporariamente. Decidimos pela retirada da próstata, cirurgia realizada em 1999, em Ribeirão Preto. Antes mesmo do procedimento, fui informado dos possíveis efeitos colaterais, como a impotência que, no meu caso, tinha uma chance enorme de acontecer, uma vez que se tratava da extração radical. O que posso dizer, nesse sentido, é que já temos muito a agradecer à Medicina, que nos oferece recursos para contornar o problema. Atualmente, é possível recorrer à prótese ou a injeções, mas tenho acompanhado pelos noticiários que novos tratamentos, inclusive que recuperariam a capacidade de ereção, estão em fase de testes em universidades brasileiras. A vida precisa seguir adiante, e a qualidade também está em buscar prazer no dia a dia. Entre as atividades que valorizo, fotografar é uma delas.”

Amauri B. Souza - 68 anos, contador

Muitos homens ainda se deixam levar pelo preconceito. Não fazem o exame de próstata e, em vez de prevenir, acabam descobrindo a doença tarde demais. O procedimento é desconfortável, porém, necessário. Preocupado com a minha saúde, faço os testes regularmente. No ano passado, fui até o consultório do meu urologista e estava tudo normal. Pouco tempo depois, em um outro check-up, surgiu uma alteração. Com a esperança de um possível erro do laboratório, repeti o exame de sangue mais duas vezes. Os resultados apontaram a mesma anomalia. O médico, então, solicitou uma biópsia, onde foi constatada a existência do tumor em fase inicial. Ao receber o diagnóstico, fiquei desorientado. Durante três dias, não contei nada para ninguém. Mais calmo, decidi que era hora de enfrentar o problema de frente. Pensava que eu não era o primeiro, nem o último, nem o único nessa situação. Passei pela cirurgia, vivi dias difíceis, mas não tive medo. Em nenhum momento deixei de acreditar que superaria o câncer. A vontade de vencer, juntamente com o apoio incondicional da minha esposa, da família, de amigos e do pessoal do trabalho, redobrou minha força para essa luta. A postura do médico no decorrer do tratamento, positiva e esperançosa, também foi fundamental na minha recuperação. Em um mês, já havia retomado as atividades profissionais, à frente do meu escritório de contabilidade. Em seguida, os exercícios físicos voltaram a fazer parte da rotina. Adoro futebol e, desde 1963, jogo como goleiro. Hoje, com 68 anos, trabalho mais de oito horas por dia e ainda tenho fôlego para encarar uma boa partida duas vezes por semana.”

Antonio Carlos dos Santos Souza - 59 anos, lubrificador

Diagnosticado com a doença em 2012, tomei um enorme susto no primeiro momento, quando foi inevitável pensar na morte. Durante o exame preventivo, o médico notou uma alteração. Agendamos uma biopsia e descobrimos o tumor maligno. Fui informado sobre tudo o que poderia acontecer e sobre os riscos da cirurgia, necessária para a retirada da próstata. Não foi preciso fazer quimioterapia ou radioterapia. Hoje, sigo uma rotina de vida normal, mas tenho que fazer acompanhamento médico de seis em seis meses por cinco anos. Estou bem, sem nenhuma alteração nos exames atuais. Uma vitória!  Sempre que possível, faço questão de passear com minha esposa Zuleide e meus netos Miguel e Ana Victória. Para superar o problema, o apoio da família foi essencial. Conversei bastante com a minha esposa e ela foi extremamente compreensiva. A ajuda do médico também foi muito importante. Ele esteve sempre ao meu lado e tirou todas as minhas dúvidas. Também senti muita segurança no meu trabalho, que permitiu que minha recuperação fosse tranquila. Sou funcionário da RTE Rodonaves que, desde 2013, realiza ações relacionadas ao Novembro Azul. Entre elas, uma campanha interna de conscientização, com distribuição de informativo para os colaboradores. Na empresa, aproximadamente, 84% dos colaboradores são homens.” 

Gerson Hamilton Sembeneli - 71 anos, vendedor de máquinas agrícolas

O câncer de próstata foi o terceiro que tive que enfrentar. Antes dele, vieram um tumor na cabeça, aos 58 anos, e outro na bexiga, aos 62. O terceiro diagnóstico aconteceu em 2014, depois que eu já havia retirado a vesícula, com a identificação de um câncer na próstata muito pequeno, do tamanho de um grão de arroz, mas que, devido a complicações em tratamentos anteriores, que danificaram o intestino, não poderia ser tratado com cirurgia ou radioterapia. Fiquei tão apreensivo e com tantas dúvidas que acabei indo a oito médicos diferentes. Diante do quadro clínico, a opção foi pelo tratamento medicamentoso, por meio de vacinas aplicadas mensalmente, e lá se vão 16 meses. Depois de tantos tratamentos, não posso abusar da alimentação, da bebida e devo manter o peso equilibrado. Faço consultas periódicas ao urologista desde os 40 anos. Hoje, as visitas são a cada três meses, bem com os exames de rotina, como a medição do PSA. Tento manter o bom humor, a animação e a disposição, levando a vida com tranquilidade ao lado da minha esposa, Silvia, minha companheira e cúmplice há 42 anos. Ela também é uma guerreira, tendo enfrentado um câncer de mama, e é meu porto seguro, minha incentivadora. Por isso, meus momentos de lazer são sempre ao lado dela, em passeios ou em brincadeiras com os netos.”

Jorge Francisco Rodrigues Rosa - 63 anos, administrador e empresário

Com histórico familiar de câncer de próstata, comecei a fazer os exames preventivos aos 39 anos. Meu pai, Francisco, faleceu aos 62 anos, vítima da doença. Ele nunca tinha ido fazer exames para se prevenir. Por isso, resolvi começar cedo a fazer o acompanhamento periódico com exame do PSA e toque. Há dois anos, meu PSA começou a subir passando de 2,5 para 4,5 e chegando a 9,6. Fiz uma biópsia que não apontou somente hiperplasia prostática. Meu médico, então, pediu uma ressonância magnética, que revelou uma mancha indicando algo suspeito. Fiz outra biópsia que apontou dois tumores, sendo um deles bem agressivo e a indicação seria a cirurgia. Foi um baque, mas já estava preparado, pois sabia que poderia ter a doença. Depois de 30 dias da biópsia, estava na mesa de cirurgia. Minha esposa e meus filhos deram todo o apoio que precisei e, hoje, estou aqui, vivo e feliz, 99% curado. Já fui liberado para voltar às minhas atividades físicas — amo correr, inclusive, participei da última São Silvestre —, a fazer mágicas e também à rotina empresarial. O maior medo do homem em relação à retirada da próstata é quanto à impotência sexual. Meu médico disse que iria curar a doença, que não teria incontinência urinária e o resto daria um jeito. Doença controlada, incontinência mínima e a impotência ainda não me preocupa. Afinal, estou me reestabelecendo. O homem não precisa bancar o machão. Temos que nos preocupar com a saúde, com câncer de próstata, que é uma doença silenciosa e não dá sinais, a não ser em estágios mais avançados. É bom estar vivo, rodeado de pessoas que amamos e, por isso, eu sou um incentivador dos exames preventivos e muito grato por ter a chance de falar sobre o assunto.” 

Marcos Venicio Bandolfo - 61 anos, técnico em telecomunicação e eletricista

Recebi o diagnóstico do câncer de próstata em setembro de 2014. Por incrível que pareça, fui fazer a primeira consulta já com 60 anos. Logo nos primeiros exames, já havia indícios do câncer de próstata, confirmado após os procedimentos tradicionais: toque e biópsia. Era câncer de próstata. Minha família pedia para que eu fizesse o exame há anos, mas eu sempre me recusava, pois achava que não iria acontecer comigo. E, claro, a preocupação da minha família era consistente, pois meu pai teve uma alteração na próstata, não sendo diagnosticado como câncer, e, posteriormente, meu irmão mais velho também foi diagnosticado com câncer de próstata. Ao receber a notícia, fiquei apreensivo porque não sentia que havia um problema comigo. Foi durante a conversa com meu médico, explicando cada detalhe da doença e as formas de tratamento, que me tranquilizei um pouco. Fiz a cirurgia em janeiro deste ano e ainda estou em tratamento médico. O que me auxiliou muito durante esse processo, e ainda me ajuda, foi o apoio da minha esposa, dos meus filhos e dos amigos, além da troca de experiências com pessoas que passaram por esse processo. A cirurgia da próstata não mudou em nada minha qualidade ou rotina de vida. Claro que precisei esperar os três meses de recuperação para voltar a fazer o que mais gosto: praticar corrida de rua. Hoje, falo para as pessoas que ainda tem preconceito com os exames de próstata que deixem isso de lado. Eu, particularmente, fiz meu primeiro exame aos 60 anos e tive muita sorte por ter descoberto o tumor no início.”

Nelson Aparecido Malavolta - 62 anos, consultor técnico

Aos 54 anos, em uma consulta de rotina, o urologista não percebeu nada de errado com a próstata, mas pediu um exame de PSA, que identificou uma alteração. O médico, então, prescreveu uma medicação via oral para diminuir a alteração. Após três meses, voltei ao consultório e, depois de novos exames, o PSA deu mais alterado ainda. Então, o médico pediu uma biópsia e verificou que havia um câncer pequeno, como um grão de arroz. Não fiquei abalado porque temos que tratar este tipo de tumor como uma doença normal, sem se desesperar, porque tudo passa. Graças a Deus, tenho um pensamento bem positivo. Minha esposa, Elisabete, ficou muito abalada, mas, se a doença veio para mim, então, tinha que cuidar dela. O médico me explicou as formas de tratamento — cauterização, com o risco do problema voltar, ou a cirurgia para retirar a próstata. Não tive dúvidas, optei pela segunda. O procedimento, realizado no dia 11 de setembro de 2007, foi um sucesso porque o tumor estava pequeno — se deixasse para mais tarde poderia complicar. Com muita fé em Deus, Jesus e Nossa Senhora Aparecida, creio que o médico esteve muito bem acompanhado naquele momento. Não precisei fazer quimioterapia ou radioterapia. A minha recuperação foi ótima por eu ter o pensamento sempre positivo e muita fé. Agradeço a Deus, à minha família, que me deu muito apoio, principalmente, à minha esposa e aos meus filhos, Robson e Jackeline. Todos os anos, repito o PSA e, graças a Deus e a Jesus, não consta mais nada.”

Roberto Sebastião Bueno - 68 anos, cantor e compositor

Sempre fui bem informado e precavido em relação aos riscos do câncer de próstata. Como policial rodoviário, vivia exposto ao sol e já havia sentido o fantasma do câncer ao meu redor em várias ocasiões: em uma época em que não se falava em protetor solar, tive que retirar oito cânceres de pele. Por isso, ao chegar aos 40 anos, fui submetido ao exame do PSA e ao toque retal, que tanto amedronta e afugenta homens dos consultórios médicos. É um exame incômodo, mas necessário para que o médico avalie a situação da próstata. A cada ano, o PSA dava alterações, mas o toque não indicava nenhum problema. Até que, em 2009, quando tinha 62 anos, o PSA mostrou índices suspeitos. Após realizar a biópsia, foram constatados dois pequenos tumores malignos, quase imperceptíveis. O médico me ofereceu três alternativas: como os tumores eram pequenos e crescem lentamente, deixar o resultado na gaveta e seguir vida normal; fazer radioterapia, opção que ele desaconselhou, e fazer a cirurgia para a retirada da próstata, sugestão que me deu como médico e amigo, que aceitei imediatamente. Hoje, levo minha vida normal, com retorno ao especialista a cada seis meses. Meu médico diz que esse desfecho foi possível porque o câncer foi descoberto no comecinho. Portanto, aconselho aos homens que deixem o preconceito de lado, visitem seu urologista sem medo e levem a vida com a saúde perfeita. O que me deixa aborrecido é que sou doador de sangue há mais de 40 anos e, devido à doença, não posso mais realizar este ato tão nobre. Mas nada do que passei me tira a alegria de viver e de produzir.”

Salvatore Laureano - 58 anos, estilista

Felizmente, uma palavra mudou o meu diagnóstico: benigno. Tive uma hiperplasia benigna da próstata, que é o aumento do volume dessa glândula. Como a próstata envolve a uretra, o aumento pode impedir a passagem da urina. Há muito tempo, estava urinando com dificuldade, fazendo bastante esforço e, como todo leigo ‘idiotizado’, pensei que fosse uma característica normal da idade. Apesar do meu urologista insistir que eu fizesse os exames completos, sempre fazia um ou outro. Diante desse quadro, tive que ser mais disciplinado. Quando saiu o resultado, foi como se eu tivesse levado um soco na cara. Colocaram imediatamente uma sonda urinária e tive que baixar as taxas, todas altíssimas, para operar. Paralelamente, fiz uma dieta e emagreci muito, o que foi bem positivo. Foi tudo muito rápido, em um misto de indignação e medo. Há muitos mitos que rondam as doenças da próstata, como a incontinência urinária e a impotência sexual. Isso assusta muito, mas, no meu caso, não passaram de lendas urbanas. Mesmo com essa insegurança, decidi seguir firme e escrever um novo texto para mim. Entre o diagnóstico e a cirurgia, passaram-se dois meses. A lição que fica é simples: entre o pré e pós-operatório, perde-se quase meio ano de vida. Totalmente envolvido com isso e, claro, sempre muito focado no trabalho, passei a viver pela metade. As motivações pessoais, os planos, as alegrias da vida foram postergadas para quando isso tudo passasse. Agora, falto pouco!”

Fotos: Lidia Muradás

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