A USP em notas musicais

A USP em notas musicais

Com apenas quatro anos, a USP-Filarmônica se destaca na formação dos alunos do Departamento de Música da Universidade, por incentivar jovens talentos e apresentar obras inéditas em seus repertórios

Criada há quatro anos, a USP-Filarmônica foi fundada simultaneamente com o Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP). Tendo como maestro titular Rubens Russomanno Ricciardi, também chefe do Departamento de Música da FFCLRP-USP, e como maestro assistente José Gustavo Julião de Camargo, a orquestra é composta por 30 músicos, alunos de graduação da Universidade, podendo contar com a participação, em seus eventos, de músicos convidados e de solistas e regentes convidados da USP ou de outras instituições.

De acordo com Rubens, os alunos são bolsistas da Reitoria da USP. “A missão da USP-Filarmônica contempla as interfaces do ensino com a pesquisa e a extensão universitária, relaciona a composição contemporânea e a pesquisa histórico-musicológica com a performance, e dispensa uma atenção especial à música brasileira”, afirma o maestro.

Devido à atuação acadêmica, a Orquestra utiliza a infraestrutura da FFCLRP-USP, tendo como sede a Sala de Concerto da Tulha, e é atrelada ao Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance em Música da USP (NAP-CIPEM), o que viabiliza os projetos de gravações audiovisuais e editoriais.

Fundada há pouco tempo, a USP-Filarmônica vem se aprimorando e, por ser jovem e dinâmica, oferece repertórios inovadores. “Estamos muito otimistas quanto às perspectivas da Orquestra, pois somos procurados por jovens solistas de todo o Brasil por termos a característica de promover e incentivar talentos pouco conhecidos”, conta o maestro titular.

Entre os projetos com os quais a USP-Filarmônica tem parceria, destacam-se o ALMA, no qual atuam alunos e ex-alunos da USP; e o Festival Música Nova “Gilberto Mendes”, promovido pelo SESC, que possibilitou aos músicos atuarem em formações camerísticas, como é o caso do Ensemble Mentemanuque.

Além das atuações no Festival, a Orquestra realiza concertos comemorativos nas várias faculdades da USP; apresentou-se no aniversário da cidade e fez a primeira montagem de ópera “Bastien & Bastienne”, de Mozart, em 2012. Entre os solistas ilustres que já se apresentaram junto à USP-Filarmônica, está Fernando Portari, um dos maiores tenores brasileiros.

Para o aluno, a orquestra viabiliza a formação profissional diferenciada, seja ele compositor, instrumentista, cantor ou voltado a projetos de pesquisa. “A USP-Filarmônica tem forte potencial de integração da composição com a performance e a pesquisa em música”, explica o maestro titular, ressaltando que, por seu caráter universitário, a USP-Filarmônica agrega um grande potencial de inovação, que se reflete em seus repertórios.

As pesquisas histórico-musicológicas possibilitam a apresentação de obras brasileiras inéditas editadas pelo Serviço de Edição e Difusão de Partituras do NAP-CIPEM, apoiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, a partir de manuscritos originais que fazem parte do acerto do Centro de Memória das Artes da USP, que recebe apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP. “Somos, também, uma orquestra de compositores, sempre apresentando novas obras recém-compostas por professores, alunos e funcionários da USP”, conta Rubens, para quem o vínculo da Orquestra com Festival Música Nova “Gilberto Mendes” é, também, um grande diferencial por possibilitar aos alunos a experiência de contemporaneidade, fundamental à sua formação artística e intelectual.

Apesar da qualidade técnica e dos concertos realizados em vários palcos, poucos sabem que Ribeirão Preto conta com uma orquestra sinfônica sediada no Campus da USP. “Com forte vocação para a extensão universitária, podemos contribuir mais para a difusão do conhecimento produzido na USP voltado à comunidade e estamos abertos a parcerias e ações conjuntas com os mais diversos setores da sociedade”, comunica Rubens.

Na temporada 2015, a USP-Filarmônica atuará nas séries mensais de concertos: “Temporada de Música de Câmara”, no Theatro Pedro II (parceria com a Fundação D. Pedro II e o Grupo Pró-Música); “Concertos USP - Prefeitura de São Carlos”, no Teatro Municipal de São Carlos (parceria com o Campus da USP de São Carlos), e “Direito tem concerto”, no Auditório da FDRP-USP (parceria com a nova Faculdade de Direito da USP-RP). A Orquestra participara da 49º edição do Festival, regida pelo maestro Felix Krieger, de Berlim, e repetirá, em novembro, a montagem da ópera “Bastien & Bastienne”, de Mozart, com récitas previstas para Ribeirão Preto e São Carlos. “Com novo elenco, teremos também a presença de alunos de outras faculdades, como o jovem tenor Johannes Grau, da Escola Superior de Música ‘Hanns Eisler’, de Berlim”, afirma Rubens, destacando que a iniciativa faz parte do processo de internacionalização institucional.

Ao longo do ano, a USP-Filarmônica contará coma presença de grandes solistas, como o violinista Nicolas Koeckert (Viena), o violista Felix Schwarz (Rostock), a pianista Érika Ribeiro (Rio de Janeiro) e o saxofonista Samuel Pompeu (São Paulo), que também ministrarão masterclasses para os alunos.

Texto: Carla Mimessi
Fotos: arquivo

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