Ingleses estranham nomes de jogadores brasileiros

Ingleses estranham nomes de jogadores brasileiros

Nas últimas semanas, dois dos maiores jornais da Inglaterra se mostram interessados pelos nomes dos brasileiros, como de Sócrates e Creedence

Nos primeiros meses de 2015 o que mais tem chamado a atenção dos britânicos para o futebol do Brasil não têm sido as jogadas dos brasileiros que atuam na terra dos Beatles, como Phellipe Coutinho, um dos destaques da campanha mediana do Liverpool no Campeonato Inglês. Muito menos os rendimentos ruins de William e Oscar com a camisa do Chelsea, campeão inglês. Mas sim os nomes dos atletas nascidos por aqui, em função da escolha do nome do novo bebê real, a filha do príncipe William com Kate Middleton, Charlotte Elizabeth.

No dia 30 de abril, a coluna esportiva Project Babbs do Daily Telegraph (veja link abaixo), um dos jornais de maior circulação no arquipélago britânico montou uma seleção com jogadores brasileiros com os nomes mais esquisitos, de acordo com o jornal. Entre eles, está o do ribeirãopretano Creedence Clearwater Couto, hoje aposentado, mas que já defendeu Guarani, Figueirense, Comercial, Sertãozinho, e o time B do Arsenal-ING.
Daily Telegraph

Uma semana depois foi a vez do The Guardian (link abaixo), outro periódico tradicional na Grã-Bretanha publicar uma reportagem destacando os nomes que as crianças recebem dos pais no Brasil, essa matéria não foi focada apenas no esporte, mas na sociedade em geral, e um dos principais exemplos utilizados, além de Creedence, foi de outro símbolo de Ribeirão Preto e também futebolista, Sócrates.
The Guaridan

Creedence acredita que é interessante o destaque dado pela imprensa por causa do nome, e diz que a proporção que isso ocorre é bem grande, embora não tenha o conhecimento que o nome dele tenha sido tomado como exemplo de nomes diferentes nos veículos ingleses, mas ele já foi procurado até pela correspondente do The New York Times para uma reportagem.

“O marketing é muito grande justamente pelo fato de meu nome ser associado com o da banda”, diz o hoje estudante de educação física em uma universidade de Ribeirão Preto. E não é só pelo nome que ele pode ser lembrado pelos ingleses. No início dos anos 2000 Creedence jogou pelo time B do Arsenal, e mantinha contato diário com os astros do clube naquela época, como Bergkamp, Henry, Kanu, Seaman, e claro, com o treinador francês Arsène Wenger.

“Eu treinava com todo mundo, então conheci esses jogadores. Mas embora o nome seja diferente para eles, não brincavam muito comigo com relação a isso. Só o Kanu, que em 1996 marcou o gol que eliminou o Brasil das Olímpiadas que cutucava mais por isso”, lembra o ex-atacante, que fala que até o chefe achou a situação interessante.

“Quando cheguei em Londres, o Wenger foi me buscar no aeroporto, e quando soube do nome - porque na época eu usava o apelido Paulista, por ter sido revelado em um clube do Paraná -, até cantou um trecho de uma música da banda”, conta Creedence.

Outra história pitoresca do ex-jogador pela Inglaterra foi ainda na apresentação, quando o técnico dos Gunners perguntou como ele jogava, e Creedence respondeu que cabeceava bem, chutava com as duas pernas, e a resposta do comandante foi: “então você é craque”.

“Foi uma coisa surreal. Para ver como as coisas acontecem muito rápido. No começo do ano eu tinha jogado o campeonato paranaense e no fim do ano eu estava me apresentando no Arsenal”, recorda.

Como ele já disse, quando surgiu no Iraty, do Paraná, Creedence era chamado de Paulista pelos companheiros de time, e com esse apelido chegou na terra da rainha. Só em 2003, quando voltou para o Guarani, o ex-jogador resolveu adotar o verdadeiro nome.

Depois rodou por vários clubes, com destaque pelo Sertãozinho, no acesso da Série A2 do Paulistão, onde se tornou ídolo da torcida. “Foi muito bom e importante para mim esse período. Pena que o clube não conseguiu se manter na primeira divisão”, lembra.

Já no fim da carreira, quando jogava no Santa Cruz, do Rio Grande do Sul, Creedence conheceu os integrantes do grupo que os pais homenagearam, cujo o ex-atleta conta que a música favorita é Have you Ever Seen The Rain.

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Leonardo Santos (Colaborador)
Fotos: Arquivo pessoal e divulgação

 

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