Manifestantes realizam Marcha da Maconha em Ribeirão Preto
Passeata ocorreu na tarde deste sábado, 5

Manifestantes realizam Marcha da Maconha em Ribeirão Preto

Os participantes do ato se reuniram na explanada do Theatro Pedro II

Na tarde deste sábado, 5, manifestantes se reuniram na explanada do Theatro Pedro II para a quarta edição da Marcha da Maconha em Ribeirão Preto. Os participante, que caminharam até a Praça Sete de Setembro, têm buscado a quebra de paradigmas sobre o debate do uso da cannabis sativa.  

Além disso, a manifestação também reuniu famílias que pedem pela a legalização do produto para serem usados em tratamentos que podem salvar a vida dos filhos. Uma delas é a família de Jurandir Fernandes Almeida da Silva, Gisele Alves Ferreira e Dijuan Fernando Alves de Almeida da Silva, que contaram a todos o porquê aderiram o uso da planta. Gisele explica que tudo começou quando o filho nasceu.

“Ele tinha epilepsia e escoliose. Então, a maconha ajudou ele a melhorar a dor na coluna, além de o libertar da sonda e do oxigênio que utilizava como complemento para vida. A maconha mudou a vida do meu filho. O tratamento acontece com o óleo da planta. São seis gotas ao dia. É o único remédio, nem anticonvulsivo ele precisa mais”, conta Gisele.

A maconha salvou a vida de Dijuan
Ronete Ritsu, da Associação Cultural Cannábica de São Paulo (Acuca-SP), conta que já teve todos os preconceitos sobre o tema. “Tive que mudar o meu pensamento como mãe por causa dos meus filhos. Ou eu aceitava eles fumando nas biqueiras, ou perto de mim dentro de casa, onde não iria entrar ninguém para machucá-los”, diz.

A mãe lembra que tudo melhorou quando aderiu ao movimento há quatro anos. “Principalmente meu relacionamento com eles. As marchas são importantes em todo Brasil. A manifestação é essencial para que as pessoas não tenham a impressão de que a planta faz mal”.
Ronete ao lado de um dos filhos

Em uma página do Facebook, por meio da pressão popular, o grupo envolvido explica que o objetivo é colocar em pauta a legalização e a descriminalização da cannabis, além de mostrar que Ribeirão Preto é contra a hipocrisia da guerra às drogas, do simples preconceito ao extermínio promovido em seu nome.

Um dos organizadores, Estevan Martins de Campos, ressaltou que o maio é um mês nacional de lutas. “Aproveitamos para trazer pessoas integradas às leis e outros meios que envolvem o tema. A guerra contra as drogas se converte a uma luta contra os pobres no Brasil. Ou seja, se for preto, pobre e morar na periferia é traficante, mas se for branco e rico é usuário. Além disso, existem dois aspectos negativos da proibição, um é o do encarceramento em massa e o outro é o genocídio das pessoas negras”, finaliza.
Estevan é um dos organizadores da marcha

A marcha foi encerrada com show cultural.


Fotos: Pedro Gomes

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