Motoristas de ônibus entram em greve por falta de pagamento em Ribeirão Preto
Greve deve continuar até que seja realizada outra proposta pelo Consórcio

Motoristas de ônibus entram em greve por falta de pagamento em Ribeirão Preto

Sindicato dos motoristas de ônibus não aceitou proposta pagamento realizada pelo Consórcio PróUrbano

Os motoristas do transporte público de Ribeirão Preto entraram em greve na madrugada desta terça-feira, 8, devido à falta de pagamento de parte dos salários. Cerca 340 ônibus estão parados na garagem. Na última sexta-feira, 4, foi liberado apenas 50% do salário dos trabalhadores, que atuaram no mês de janeiro. 

Em assembleia do Sindicato dos Empregados do Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Seeturp),foi abordada a proposta feita na noite dessa segunda-feira, 7, pelo Consórcio PróUrbano, responsável pelo transporte público na cidade, de pagar o restante do salário até 18 de fevereiro. No entanto, o presidente do Seeturp, João Henrique Bueno, afirma que a decisão foi de manter a greve até que haja outra proposta. 

"Nós estamos 100% parados, nenhum dos 340 ônibus saiu na cidade hoje. Estamos aguardando uma nova posição dos patrões. Ontem, eles ofereceram pagar o salário de janeiro somente dia 18 de fevereiro e afirmaram que não têm perspectiva para fazer o pagamento de fevereiro, o que agitou mais o pessoal. Fizemos uma assembleia agora de manhã na garagem da Rápido D'Oeste e na garagem da Transcorp e foi unânime a adesão em manter a greve até que venha uma proposta mais condizente com a realidade do que se efetue o pagamento do pessoal", disse Bueno.  

Em nota, o Consórcio PróUrbano declara que conseguiu pagar apenas metade dos salários na sexta-feira, 4. E que está viabilizando um empréstimo para realizar o pagamento restante, previsto para o dia 18 de fevereiro.

Ainda segundo a nota, o Consórcio afirma que pretende acionar o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para que os ônibus circulem parcialmente.

Confira na íntegra a nota do Consórcio PróUrbano:

"Desde o início da pandemia, as empresas têm usado recursos externos para continuar a operação. Nesses últimos dois anos, os empréstimos feitos pelas duas empresas do Consórcio já ultrapassaram 60 milhões. O transporte é um serviço público essencial realizado por empresas privadas e precisa de suporte para custear a operação com gratuidades e todos os custos envolvidos. Empresas de transporte de todo o país receberam aportes e recebem subsídios mensais para que consigam manter a operação.

O Consórcio PróUrbano fez todos os esforços possíveis para honrar o pagamento do salário dos colaboradores, no entanto, conseguiu pagar apenas metade na sexta-feira passada. Diante dessa situação, está viabilizando mais um empréstimo para pagar os 50% restantes. Esse novo empréstimo deve sair até o dia 18/2, até essa data, o restante do salário deve ser liquidado e será pago junto o adiantamento, que deveria pago no dia 20/2. Caso a greve seja decretada, o departamento jurídico irá ao TRT de Campinas para obrigar o retorno parcial da operação. Seguem demonstrativos de gastos e receitas que mostram o desequilíbrio enfrentado todos os meses. Esses dados são protocolados mensalmente na Prefeitura".

Transerp

Em nota, a Transerp, informou que o Sindicato não enviou o comunicado de que iniciaria a greve nesta terça-feira. Por lei, as paralisações devem ser avisadas com até 72 horas de antecedência,

"Sobre as paralisações do serviço sem aviso prévio, a Transerp, na qualidade de entidade fiscalizadora do serviço de transporte coletivo urbano, aplica ao consórcio PróUrbano as penalidades previstas no Decreto nº 319/2012." O decreto mencionado pela Transerp prevê multa diária pela paralisação.

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Foto: Divulgação

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