Ribeirão Preto: Ato neste sábado critica racismo e lesbofobia

Ribeirão Preto: Ato neste sábado critica racismo e lesbofobia

Manifestação reuniu cerca de 200 pessoas; Luta é contra a descriminação racial e sexual

Com gritos de “basta”, cerca de 200 pessoas se reuniram na manhã deste sábado, 23, na esplanada do Teatro Pedro II para a manifestação contra o racismo institucional e a lesbofobia. O ato foi organizado pela decorrência da morte da jovem Luana Barbosa dos Reis, que teria sido espancada pela Polícia Militar, no último dia 8.

Além de dizeres, os manifestantes exibiram ao público cartazes e faixas com frases como “A senzala acordou”, “Contra o racismo e pela reparação”, “Contra a homofobia”, “Racismo mata”, “Pelo fim do extermínio da população negra”, entre outras palavras.

De acordo com a advogada Renata Ribeiro Oliveira, essa manifestação é para a sociedade ficar ciente do que está acontecendo com as pessoas negras. “Através da morte da Luana, aproveitamos para denunciar as demais jovens e tantas outras ‘Luanas’ que são brutamente assassinadas pela Polícia Militar, em decorrência da nossa cor de pele e da nossa opção sexual”, comenta.

Renata diz ainda que o Centro Cultural Orúnmilá, que é uma entidade de combate ao racismo de promoção racial, também participa desse ato. “Nós não só atuamos no caso de Luana, mas contra o racismo que está presente no país”, afirma.

Antidiscriminação

Sem saber da manifestação, a aposentada e professora de música Maria Helena Silva passava pela esplanada do Pedro II quando resolveu parar e se informar do que se tratava o ato.



Surpresa pelo caso de Luana, a aposentada diz que é um abuso do país, o que se faz com o negro, com o pobre e com os homossexuais. “Tem que ter essas manifestações mesmo, pois o negro é muito descriminado, sem motivo nenhum”, relata.

O coordenador da Comissão Antidiscriminação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Ribeirão Preto, Eduardo Silveira, também estava presente no ato desta manhã, 23, e diz que a OAB irá tomar as medidas necessárias para esclarecer a história.

“A OAB fará um requerimento para corregedoria da Polícia Militar e para o Ministério Público para que o caso seja apurado, pois de fato houve um excesso na abordagem da jovem que veio a falecer”, diz.

Abordagem

Segundo a população do bairro Jardim Paiva, Luana Barbosa do Reis, tinha saído de casa para levar o seu filho a um curso da escola, porém, no caminho, foi abordada por Polícias Militares (PM) que pediram para revistá-la.

Luana se negou. Foi nesse momento em que os PMs a espancaram e a violentaram. Luana Barbosa dos Reis morreu na quarta-feira,13, cinco dias após ter sido internada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE). Ela sofreu uma isquemia cerebral aguda causada por traumatismo crânio-encefálico.

“Por trás dessa brutalidade, tenho a plena certeza que tudo foi causado pelo racismo e pela opção sexual de Luana”, afirma Renata Oliveira.

A advogada acrescenta que não será mais tolerada a morte de negros e negros no país causadas pela Polícia Militar.



Fotos: Laura Scarpelini

Compartilhar: