Sete dias após rebelião em Jardinópolis, 142 detentos seguem foragidos
Ao todo, 485 detentos fugiram do Centro de Progressão Penitenciária em rebelião na última semana; advogados constatam ‘normalização’ no local
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) do estado de São Paulo, 142 detentos, do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Jardinópolis, ainda não foram recuperados desde a rebelião e fuga em massa, que aconteceu na quinta-feira, 29.
Ao todo, 485 presos fugiram do local, porém 343 foram recapturados, e transferidos para presídios na região, e perderam o direito de prisão semiaberta, que tinham no CPP de Jardinópolis. Outros 46 detentos, que participaram do motim, também foram transferidos de unidade.
Além disso, a SAP informou a morte de dois detentos em consequência da fuga, um por afogamento, e outro encontrado queimado dentro de um canavial que passava por um incêndio no momento da fuga dos presos, cuja causa ainda está sendo investigada.
Vistoria
Na terça-feira, 4, uma comissão da Associação de Advogados de Ribeirão Preto (AARP),esteve no CPP de Jardinópolis para a realização de uma vistoria autorizada por medida liminar expedida pela justiça.
A comissão informa que testemunhou uma situação de organização no local, mesmo após a rebelião, e que a normalidade naquela unidade prisional “está retornando”, com a aplicação das rotinas de trabalho, visitas e normalização no atendimento dos advogados. Os advogados disseram que não existem presos machucados ou em situação degradante dentro do CPP.
De acordo com a SAP, o tumulto aconteceu após a realização de revista de rotina, procedimento que a secretaria aponta ser necessário para a manutenção da ordem na unidade. Dos 1861 presos do CPP – quantidade acima da capacidade do local, que é de 1.081 -, até o dia da rebelião, 1.602 trabalhavam dentro e fora do presídio e 662 estudam no ensino regular e profissionalizante.
Foto: Arquivo Revide