Aos 94 anos de idade, dona Maria usa o tablet para continuar a escrever
Maria Cândida, que tem dificuldades para enxergar, teve contato com o aparelho eletrônico em uma oficina de inclusão digital
Dona Maria Cândida tem 94 anos de idade, uma deficiência na visão e muita história para contar. Nem atividades básicas, como escrever, ela deixa para trás e as mantém, mesmo a essa altura da vida, tendo passado por muitas experiências. Para isso, ela conta até com o auxílio de aparelhos eletrônicos.
Maria Cândida frequenta um centro de convivência para idosos, que realiza atividades para que eles mantenham o contato com outras pessoas e não passem o dia desacompanhados e sozinhos. Em parceria com o Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa idosa da Alta Mogiana em Ribeirão Preto, o espaço oferece atividades para a terceira idade, como a Oficina de Inclusão Digital.
Em uma dessas atividades, dona Maria teve contato com um tablet e, por meio dele, conseguiu escrever o próprio nome na tela, mesmo com dificuldades para enxergar. O feito emocionou os presentes. Porém, para ela, foi um ato corriqueiro.
“Escrevi com a canetinha dentro do livro. Coisa tão comum. Quando tenho de escrever alguma coisa para mim, eu tenho de ir lá e escrever. Foi 'facinho'”, comenta. “Vai muito da lembrança”, completa.
Quem também frequenta as oficinas de inclusão digital e está empolgada com as atividades é a dona Iracema Guimarães, de 86 anos. A neta dela, a terapeuta ocupacional Carolina Guimarães conta que, em razão do contato com os aparelhos eletrônicos, a avó até pediu para comprar um celular novo para poder manter contato com familiares que moram em outras cidades. “Mas precisa usar a cuca. Pensar bem, porque é preciso para ter contato com as outras pessoas”, afirma a senhora.
Carolina conta que o intuito do centro de convivência de pessoas da terceira idade é gerar contato social entre as pessoas que frequentam o espaço, oferecendo atividades que permitam que todos tenham envolvimento com as ações do dia a dia.
Algo bastante importante para quem tem 60 anos ou mais, como mostrou a reportagem “Ribeirão Preto está mais velha do que nunca: e não é só porque a cidade faz aniversário”, publicada no Portal Revide no último dia 19 de junho, que mostra a necessidade de se combater a exclusão das pessoas da terceira idade.
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Esse é o intuito da própria oficina, como explica o monitor de inclusão digital Alexandre Melo. “A intenção é que, com essa inclusão, nós possamos criar um vínculo com esses idosos para gerar uma confiança e que saibamos como que é a vida deles dentro de casa e como são tratados pela família, para evitar que eles sofram com algum tipo de violência”, pontua Melo.
Além desse centro de convivência que dona Maria Cândida e Iracema frequentam no Jardim Paulista, na Zona Leste de Ribeirão Preto, as atividades de inclusão digital também são oferecidas em outros cinco pontos de atendimento de idosos no município. As atividades são gratuitas.
Mais informações podem ser obtidas junto à Prefeitura de Ribeirão Preto, por aqui.
Foto: Leonardo Santos e arquivo pessoal
