Excesso de ‘selfies’ pode ser fruto de TOC

Excesso de ‘selfies’ pode ser fruto de TOC

Segundo pesquisa, distúrbio obsessivo-compulsivo caracterizado é caracterizado por desejo permanente de se fotografar

As selfies em excesso são definidas como um distúrbio obsessivo-compulsivo caracterizado por um desejo permanente de se fotografar. Essa foi a conclusão dos cientistas da Associação Americana de Psiquiatria (APA). Um exemplo desta pesquisa são as pessoas que colocam as fotos nas redes sociais, para compensar assim a baixa autoestima.

De acordo com os cientistas, existem três níveis desse transtorno:

Primeiro nível – episódico: a pessoa fotografa a si mesma pelo menos três vezes por dia, mas sem colocar as fotos em redes sociais.

Segundo nível – agudo: a pessoa fotografa a si mesma pelo menos três vezes por dia e coloca as selfies em redes sociais.

Terceiro nível – crônico: a pessoa sente um desejo incontrolável de se fotografar ao longo do dia e colocar as fotos na Internet pelo menos seis vezes por dia.

Segundo um estudo feito no Maudsley NHS Trust and The Priory Hospital, por exemplo, tendo como pesquisador chefe o doutor em psiquiatria David Veale, dois terços das pessoas que tiram muitas selfies possuem o transtorno dismórfico corporal, que é um problema de saúde mental relacionado à imagem corporal, em que um indivíduo tem uma preocupação com um ou mais defeitos percebidos em sua aparência.

Segundo a psicóloga Ana Luiza Mano, para avaliar o quanto o uso de selfies é danoso, mais importante do que o número de autorretratos publicados é a intenção da pessoa ao divulgá-los e como isso impacta a vida dela.

"O critério leva em conta os prejuízos sociais, físicos e profissionais. Há quem deixe de trabalhar ou falte à escola porque não consegue se desconectar", exemplifica Ana Luiza.

O importante é saber qual o investimento emocional que a pessoa coloca no selfie. Se ela troca de roupas e faz 50 poses para escolher uma foto, isso é um comportamento fora da linha da normalidade para alguns pesquisadores.

Transtornos de personalidade, como bipolaridade, também podem levar à megaexposição na internet. Para a estudante Jéssica Camargo, está na hora de repensar as fronteiras entre público e privado. “É importante que a pessoa saiba seu limite e conheça até onde pode chegar sem que esta prejudique sua vida ou a vida de outra pessoa”.

Revide On-line
Pedro Gomes
Fotos: Arquivo pessoal e divulgação

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