Para sair da mesmice, jovens mudam visual diariamente

Para sair da mesmice, jovens mudam visual diariamente

A busca pelo novo e a luta contra o mesmo proporcionam beleza e autoestima para estudantes ribeirãopretanos

Mudança é o ato ou efeito de mudar, de dispor de outro modo. Mudar ou transformar pressupõe uma alteração de um estado, modelo ou situação anterior, para um estado, modelo ou situação futuros, por razões inesperadas e incontroláveis, ou por razões planejadas e premeditadas. John Kennedy, ex-presidente americano e uma das principais personalidades do século XX já dizia que a mudança é a lei da vida. “Aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro”, dizia.

É nesse contexto que alguns adolescentes e jovens procuram sempre a renovação, seja ela visual ou mental. É impossível conversar com alguém que não possui arrependimentos ou lembranças de coisas que não fariam mais ou que sentem saudade. “São de arrependimentos e erros que as lembranças são feitas”, canta Adele em Someone Like You.

A estudante Gabrielli Santos diz que gosta de mudanças, então sempre tenta, mesmo que em pequenas coisas, fazer algo diferente no seu visual. O que mais chama a atenção na garota é a vontade de encontrar o novo e Gabrielli, mesmo que de maneira sutil, consegue fazer isso no seu dia a dia. A jovem já mudou o visual por diversas vezes e conta que a autoconfiança esta interligada com as escolhas na aparência.

“Não tem que ter medo de mudar, a mudança faz bem e a meu ver é importante no desenvolvimento humano. Se a pessoa se sente na vontade de fazer algo fora do habitual em sua aparência tem que ir e fazer. O que importa é o seu gosto e sua confiança”, fala Gabrielli, que já foi loira, ruiva e morena em várias tonalidades diferentes.

Como ela, Livia Maria Souto também pinta seu cabelo sozinha. “Como a raiz do meu cabelo é bem escura, é necessário descolorir, ou seja, tirar o pigmento pra poder passar a tinta. O processo é bem simples, mas de qualquer maneira é um trabalho perigoso. Meu conselho seria que ninguém precisa ter medo ou vergonha de mudar por aquilo que realmente gosta, seria um crime contra si mesmo, deixar de fazer, mudar, ser por medo ou timidez”, comenta.

Livia conta que no início se inspirava muito na Lindsay Woods e que sempre muda por enjoar facilmente das coisas e achar divertido. “Eu achava o cabelo dela incrível, as roupas, acessórios, maquiagens, e tudo mais. Eu enjoo muito fácil por sempre querer criar algo diferente, ver qual cor de cabelo fica mais legal em mim, se eu realmente gosto ou não do visual”, conta.

Se engana quem pensa que apenas mulheres aderem à moda do visual, os homens também procuram a renovação diariamente. Mahatma Gandhi comentava que “temos de nos tornar a mudança que queremos ver”. O estudante de publicidade Arthur Ricardo acredita e acrescentaria mais: a mudança não é só positiva, mas fundamental para a personalidade própria. “Uma forma de fugirmos da mesmice, de se propor a conhecer o novo. São as descobertas necessárias”, diz. 

O jovem conta que sempre foi fascinado por inovação em todos os sentidos. “Percebi aos 10 anos quando pintei o cabelo de roxo pela primeira vez e desde então eu nunca parei de ser uma nova pessoa todos os dias. Hoje, aos 20 anos, eu não ando com toda aquela empolgação da pré-adolescência, de querer pintar o cabelo e modificar o meu corpo, hoje procuro inovar no corte. Mas sou aquele que a cada dia está "em uma nova pele". Ter a liberdade para seguir e me comportar de acordo com estilos diferentes todos os dias é um tipo de mudança que eu acho fundamental.

Inspirado em artistas como David Bowie, que faleceu nesta semana, Arthur se inspira também em garotos estadunidenses de sua idade que curtem as mesmas coisas. “Alguns me intitulariam de hipster, mas eu não alimento rótulos pra nada, acredito que tenho o meu próprio estilo. Aconselho que não tenham medo, pois todas as mudanças são positivas quando acreditamos que elas são. Às vezes trocar as roupas, o corte de cabelo, ou a playlist de música no seu smartphone, faz uma diferença enorme. Por menor que seja a mudança, se ela de alguma forma aconteceu, significa que você evoluiu e deixou de ser o mesmo. Ser igual todos os dias não caberia a mim”.

Pode-se dizer que o visual é atrelado à inspiração, já que “nada se cria, tudo se copia”, como dizia o artista Andy Warhol. Outro garoto chama bastante atenção por seu estilo descolado e sua personalidade forte nas ruas de Ribeirão. Wesley Silva lembra que até uma certa idade ligava muito para o que as pessoas iam pensar em relação ao que ele iria vestir ou à forma que iria usar seu cabelo. “Aos poucos vi que independente do que eu era, ou não, sempre iria haver críticas de todas as formas, até que um dia eu parei para pensar e acabei deixando de lado esse meu medo pela rejeição e comecei a seguir o que eu gostava e não o que os outros ditavam”, diz.

Pesquisas são sempre bem-vindas e o estudante procura sempre a renovação. “Eu sempre gostei de coisas chamativas e que mostrassem que eu era diferente. Vejo muitas pessoas com visuais iguais, cabelos iguais aos outros, e bom, acho que fica algo muito padronizado, por isso gosto de sempre inovar e pesquisando coisas novas em relação a cabelos e estilos diferenciados. Acredito que quando temos um visual diferente de tudo e todos isso surpreende muito aos olhos de outras pessoas, sem falar também que deixa uma marca registrada daquilo que somos. As mudanças fazem parte de nossas vidas. Medo? Medo é uma coisa tão pequena diante de nós, cada um tem dentro de si uma parte que grita e pede inovação e mudança. Se alguém disser que você não pode ou até mesmo que não combina com seu visual, simplesmente não dê ouvidos. Se você gosta, vai atrás e seja o que tiver de ser. Sinta-se bem consigo mesmo”, aconselha Wesley.


Fotos: Arquivo Pessoal e Divulgação

Compartilhar: