USP Ribeirão Preto oferece prática terapêutica para pessoas que ouvem vozes

USP Ribeirão Preto oferece prática terapêutica para pessoas que ouvem vozes

Iniciativa é do Grupo de Ouvidores de Vozes, que tem como objetivo trazer uma nova abordagem para pessoas que sofrem com esse problema

O grupo da USP Ouvidores de Vozes de Ribeirão Preto oferece uma nova abordagem de práticas terapêuticas para pessoas que ouvem vozes. A atividade é voltada para que os participantes possam trocar experiências e estratégias para lidar com as vozes.

A prática terapêutica oferecida é baseada no suporte de pares, para que as pessoas que convivem com essa mesma situação, possam discutir e expor suas experiências. A pesquisadora do Grupo de Ouvidores de Vozes de Ribeirão Preto Clarissa Mendonça Corradi- Webster faz um alerta sobre a falta de cuidados para essa parte da população, que segundo um estudo realizado pela Rede Internacional de Ouvidores de Vozes (Intervoice), são cerca de 2% a 4% da população mundial.

“O grupo é apontado pelos ouvidores como o único espaço que eles têm para conversar sobre uma experiência que, tantas vezes, toma um espaço muito grande em suas vidas,” conta Clarissa, que é professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e coordenadora do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Psicopatologia, Drogas e Sociedade (LePsis) da USP.

Grupo Ouvidores de Vozes

O Grupo Ouvidores de Vozes de Ribeirão Preto existe desde 2015, sendo um dos primeiros criados no Brasil, ele foi premiado com um documentário em 2017. O grupo se iniciou com os membros do LePsis, após uma formação com o precursor da prática terapêutica, o psiquiatra holandês Marius Romme, e pelo membro do Intervoice Paul Baker.

A proposta foi então implementada no Centro de Atenção Psicossocial Dr. André Santiago (Caps III). Sendo um serviço de saúde mental, ele conta com o apoio do gerente Marcos Vinicius dos Santos, e com a coordenação do psicólogo Eduardo Augusto Leão. O intuito do grupo é que os membros possam desenvolver autonomia, dentro de um espaço que oferece suporte em pares, dispondo também do acompanhamento profissional.

Com a pandemia da Covid-19, o grupo precisou suspender as atividades, até conseguir se organizar e realizar os encontros de forma remota. Embora os encontros on-line tenham possibilitado a participação de novos membros, algumas pessoas não se adaptaram e o retorno presencial do grupo será mantido esse ano. “A proposta é que a gente fique com as duas opções, um grupo no serviço e um grupo comunitário”, ressalta Clarissa.

O grupo fica localizado no bairro Ipiranga, em Ribeirão Preto, e é aberto para todos. Os encontros presenciais acontecem às quintas-feiras, às 14h no Caps-III Dr. André Santiago. Já os on-line ocorrem todas às quintas-feiras, no período da manhã. Para mais informações é só acessar o link aqui.


Foto: Pixabay (Ilustrativa)

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