Anvisa diz que documentos sobre morte de voluntário da Coronavac estavam incompletos

Anvisa diz que documentos sobre morte de voluntário da Coronavac estavam incompletos

Diretor-presidente da agência disse que decisão que suspendeu testes foi "técnica" e que informações passadas pelo Butantan foram insuficientes

*Matéria em atualização

No início da tarde desta terça-feira, 10, e coletiva de imprensa, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, disse hoje que a decisão do órgão de suspender, na noite dessa segunda-feira, 9, as pesquisas da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo governo de São Paulo, foi técnica, pois os documentos que relatam o chamado "evento adverso grave", enviados pelo Instituto Butantan, estavam "incompletos" e "insuficientes". Não há previsão para a retomada dos testes da vacina, que também são realizados em 500 voluntários em Ribeirão Preto. Ao todo, são 10 mil pessoas voluntárias no País. 

A decisão foi tomada por um órgão técnico da Anvisa, a Gerência Geral de Medicamentos (GGMED), sem passar pelo colegiado dos diretores. Já o Instituto Butantan afirmou, na manhã desta terça, 10, que o efeito adverso grave observado em um dos voluntários do estudo da Coronavac não teve relação com a vacina. Segundo a Anvisa, ainda não há previsão para a retomada dos testes. 

Segundo informação divulgada pelo portal UOL e pelo jornal Estadão, o evento adverso grave se trata da morte do voluntário, de 32 anos, em São Paulo, que foi registrada como suicídio no boletim de ocorrência.

O Butantan informou que o voluntário fazia o teste no Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele teria recebido a dose - que não se sabe se foi realmente a vacina ou imunizante - 25 dias antes do óbito.  

O diretor da Anvisa disse que, até hoje, não havia recebido a informação sobre o registro de suicídio do voluntário e que a liberação da retomada dos testes pelo comitê internacional independente dependerá o envio de informações completas sobre o caso. Segundo Alessandra Bastos, diretora da Anvisa, a informação sobre o evento adverso grave chegou somente nessa segunda-feira, 9, à agência.


Foto: Reprodução Youtube / Anvisa

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