Estudo da USP RP comprova que exercício ajuda a combater ansiedade no isolamento social

Estudo da USP RP comprova que exercício ajuda a combater ansiedade no isolamento social

Feito em parceria com professores e universidades de países da América Latina e Europa mostra que pessoas ativas conseguem suportar melhor o estresse provocado na quarentena

Manter a prática de atividades físicas se tornou, para muitas pessoas, alternativa para ajudar aproveitar o tempo durante a quarentena. Um estudo da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP comprovou que essa rotina de exercícios em casa, além de fortalecer o sistema imunológico, fortalece a saúde mental. 

A pesquisa, realizada em parceria com professores e universidades de países da América Latina e Europa, mostra que pessoas com estilo de vida mais saudável, que já realizavam atividades físicas antes da pandemia ou que aderiram à prática neste período, conseguem suportar melhor a ansiedade e o estresse neste momento. “Nós temos uma indicação de que as pessoas que, antes da pandemia, eram ativas fisicamente têm apresentado respostas psicológicas mais leves em relação à ansiedade, estresse e estado de humor. E quem está realizando as atividades durante a pandemia também tem apresentado resultados melhores”, afirmou ao Jornal da USP o professor da EEFERP, Átila Alexandre Trapé, que participou do estudo. 

Mobilidade

O estudo mostra que, realizar atividades físicas durante este período pode evitar problemas de mobilidade no futuro, principalmente para aqueles que, agora, passam mais tempo sentados ou deitados. “A partir do momento que a pessoa está se movimentando menos, há um estímulo menor para o corpo, e isso pode acarretar uma perda de massa muscular e de massa óssea. Então, quem já tem algum tipo de problema, precisa ter ainda mais cuidado. E quem ainda não tem, é o momento de prevenir. As pessoas estão passando boa parte do dia deitadas ou sentadas, é importante fazer algum tipo de movimento”, explica Átila. 

O professor ainda destaca que muitos profissionais de educação física estão disponibilizando aulas e treinos on-line para contribuir com quem quer realizar atividades físicas durante a pandemia. Mas alerta sobre alguns cuidados que se devem tomar.  “Tem muitos profissionais de educação física promovendo treinos ao vivo, gravando vídeos e divulgando e isso é muito bacana; tem sido muito importante para as pessoas se manterem ativas dentro de casa. Mas é importante ter cuidado, respeitar os seus próprios limites. Se a pessoa não treinava, tem que começar com muita cautela, respeitando suas limitações, o seu nível de condicionamento físico. É preciso ter uma consciência muito boa, avaliar aquilo que tem condições de fazer e tentar se adaptar”, destaca. 

Porém, com mais de dois meses de isolamento social, algumas pessoas têm dificuldades em manter o ânimo e a motivação para fazer os treinos em casa. Segundo o professor, o primeiro passo para se motivar é “reconhecer a importância que as atividades físicas vão proporcionar para a própria saúde da pessoa”. Trapé aponta ainda que “é importante buscar atividades que ofereçam algum tipo de motivação”. 

Outro ponto destacado pelo professor é que, apesar de a prática de atividades físicas ter vários benefícios, isso não significa imunidade à doença. “É importante ressaltar que a gente tem acompanhado casos de pessoas que não apresentam nenhum fator de risco, estão em bom estado de saúde, mas chegaram a ter complicações, ir para a UTI e ainda, em alguns casos, chegaram a óbito. Então, ninguém está resistente ao vírus. Todos estão suscetíveis a se contaminar”, conclui o professor. 

*Com informações do Jornal da USP / Robert Siqueira


Foto: Pixabay (Imagem ilustrativa)

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