Samba é paulista e não carioca, afirma pesquisa da USP
Professor do departamento de Música da FFCLRP pesquisou canções que deram base para a música popular brasileira
Em busca de descobrir as raízes da música popular brasileira, o professor Rubens Ricciardi, do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, vislumbrou as origens do samba brasileiro, e chegou à conclusão que o ritmo é paulista, e não carioca, como se convencionou a compreender.
Para chegar a esta resposta, Ricciardi pesquisou diferenças entre os batuques e os ritmos afro-brasileiros, na forma de lundum. Para ele, a adesão do samba a música brasileira se deu graças ao músico e compositor Alexandre Levy, que em 1890 fez a sinfonia Suíte Brasileira, criando as bases daquilo que viria a ser considerado música popular brasileira, já que ele aponta que os ritmos afro-brasileiros conhecidos anteriormente eram parte de um ritual religioso, não musical.
Suíte Brasileira se tornou popular entre as colônias de italianos e árabes que se instalaram no Estado até chegar nos morros cariocas e virar samba-canção, como a canção Pelo telefone, considerado o primeiro samba, que completou 100 anos em 2016, considerada marco fundador do gênero.
Tudo isso está contado no livro-CD Música Popular Brasileira Antiga, que contém 21 faixas de canções populares no Brasil entre 1820 e 1940 e foi resultado de pesquisas científicas na área musical da universidade. Ele faz parte da Coleção USP de Música, desenvolvida por professores do Núcleo de Pesquisa (NAP) em Ciências da Performance em Música (Cipem) do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), que é formada por seis volumes de livros-CDs sobre temas diversos e foram concluídas nos estúdios do campus da USP de Ribeirão Preto.
Por se tratar de um projeto da USP, a Coleção USP de Música não será comercializada, mas sim distribuída entre bibliotecas e demais instituições públicas de ensino e pesquisa em música.
* Com informações Jornal da USP
Foto: André Estevão/ Jornal da USP
