Conselho registra queda na venda e aluguel de imóveis em Ribeirão Preto
Alta nos juros dificulta acesso ao financiamento imobiliário, segundo Crecisp

Conselho registra queda na venda e aluguel de imóveis em Ribeirão Preto

Retração segue comportamento do mercado imobiliário no estado, segundo Crecisp

Pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Crecisp) constatou queda de 40,73% nas vendas e de 62% no volume de contratos de locação assinados em janeiro em comparação com o mês anterior. Foram consultadas 29 imobiliárias das cidades de Brodowski, Ribeirão Preto, Sertãozinho, São Simão, Sales Oliveira, Cravinhos, Jardinópolis, Guariba e Mococa.

 

 

Quando se analisa o tipo de imóvel (casa e apartamento) a redução nas vendas foi igual para ambos (50%). Já nas locações, houve queda de 43% no aluguel de casas e de 57% no de apartamentos.

 

 

O presidente do Conselho, José Augusto Viana Neto, afirma que essa retração nos números pode ser observada não apenas na região e Ribeirão Preto, mas em outras regiões do estado de São Paulo. Segundo ele, essa queda é consequência das taxas de juros muito elevadas. “A taxa de juros está muito alta e os salários não aumentaram na mesma proporção que, evidentemente, representa uma dificuldade para que as pessoas consigam ter acesso ao financiamento imobiliário”, explicou. “Não tendo acesso, o negócio diminui muito porque ninguém tem recurso suficiente para comprar um imóvel sem o financiamento imobiliário”, completou.

 

 

Ainda de acordo com o presidente do Crecisp, apesar da retomada do emprego, que vem sendo observada em diversos setores da economia, os salários não têm acompanhado essa evolução. “Há muitos casos de recontratação, mas com salários menores do que pessoa tinha anteriormente em um mesmo cargo. Não sobra recurso para financiar um imóvel”, afirmou.

 

 

A pesquisa revela, ainda, uma preferência pela compra de casas com dois dormitórios, área útil de 101 a 200 m² e valores até R$ 250 mil. Já entre os apartamentos mais vendidos a faixa de preço preferida dos compradores ficou em até R$ 250 mil, para imóveis de 2 dormitórios e área útil de até 50 a 100 m². Cerca de 63% das propriedades vendidas em janeiro estavam situadas na periferia, 20% em regiões nobres e 16% na região Central.

 

 

Quando o assunto é aluguel, o levantamento mostra que a faixa de valor de aluguel preferida pelos inquilinos de casas na região de Ribeirão Preto foi de até R$ 2.500,00. A maioria das casas locadas em janeiro era de 3 dormitórios com 50 a 200 m² de área útil.

 

 

Já o valor de aluguel de apartamentos preferido ficou na faixa de até R$ 1500,00; para imóveis com 3 dormitórios e área útil de 100 até 200m². Apesar da queda nos números de vendas e locações, o presidente do Crecisp disse ter uma visão otimista do mercado, tanto a médio quanto a longo prazo.

 

 

 

“O emprego continua crescendo, a possibilidade de aumento da taxa de juros não existe porque não há mais condição, porque ela já está em um patamar muito elevado. Acredito que vamos ter, no mínimo, uma estabilização dos juros no primeiro semestre e, no segundo, pode haver uma queda na Selic, o que vai refletir também no financiamento imobiliário. As expectativas são positivas”, observou.


Leandro Pires/Governo de SP

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