Crise atinge em cheio o setor de serviços

Crise atinge em cheio o setor de serviços

No 2º trimestre, retração foi de 1,4%; em Ribeirão Preto empresário não veem melhora até fim do ano

A economia desacelera, as empresas e as famílias começam a cortar os produtos e serviços considerados “supérfluos”. É academia que deixa de ser frequentada, as aulas de idiomas dispensadas, as empresas cortando propaganda, e o setor de serviços agoniza.

Na última semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano e mostrou um decréscimo de 1,4%, com relação ao mesmo período de 2014.

O percentual ainda é menor do que o resultado geral, que diminuiu 2,6%, porém, o setor de serviços representa 71% da movimentação de dinheiro no País e, com esse resultado dos últimos três meses, só alcançou 61,5% desta fatia, o que representa R$ 879 bilhões.

A queda na participação do mercado acende o sinal de alerta para os empresários do ramo. Em pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que o Índice de Confiança de Serviços, que observa a avaliação dos empresários como está o setor atualmente e como acreditam que ele estará no futuro, está em 74,7 pontos: a menor pontuação da história, cuja média é de 116,6 pontos.

O perfil de resultados desfavoráveis em ambos os componentes do Índice de Confiança no segundo trimestre, aponta para a continuidade da tendência de desaceleração da atividade econômica do setor nos próximos meses.

“A fragilidade na demanda, tanto das empresas quanto das famílias, vem impactando negativamente a atividade do setor, com reflexos imediatos no mercado de trabalho, uma vez que este é o setor mais empregador da economia. Os indicadores sinalizam uma nova queda no ritmo de atividade de serviços no terceiro trimestre”, alerta o consultor da FGV/IBRE, Silvio Sales.

Em Ribeirão Preto, a expectativa para os empresários também não é otimista. No Índice de Confiança dos Empresários (IEE), da Associação Comercial e Industrial (Acirp), os empresários do setor dizem que o faturamento no primeiro semestre de 2015 foi 36% menor com relação aos seis primeiros meses do ano passado, e outros 47% acham que a situação não melhorará até o fim do ano, e sim que haverá piora.

Só 10,4% vislumbram uma melhora, o menor índice dos setores pesquisados, que também conta com comércio (42,4%) e indústria (27,3%).

Ao todo, 19,5% dos profissionais liberais também acreditam que o faturamento ainda diminuirá este ano, ante 15,7% dos comerciantes e 4,5% dos industriais, dos quais, inclusive, 59% apontam que as coisas na economia melhorarão.

Esta fragilidade nas vendas também afeta o bolso dos consumidores que se mantêm fieis. Isso porque os preços de produtos monitorados, que são os oferecidos pelo setor de serviços, têm a maior inflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, também auferido pela Acirp. Ela alcança 11,93% apenas este ano, enquanto o IPCA geral é de 5,28%.

No acumulado dos últimos 12 meses a inflação ainda é maior, com 13,63%, enquanto IPCA geral é de 5,99%.

Revide Online
Foto: Arquivo Revide

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