De olho na Black Friday
Apesar da força e comodidade do comércio eletrônico, muitos consumidores ainda optam por ir à loja física

De olho na Black Friday

Data importada dos Estados Unidos está entre as três mais importantes para o comércio varejista em repercussão e faturamento

Uma das três datas mais importantes para o comércio varejista em repercussão e faturamento, a Black Friday já entrou para o calendário brasileiro. Lojistas de Ribeirão Preto já vêm se preparando para o dia 24 de novembro com o abastecimento de produtos, organização da loja, definição de promoções, contratos temporários e treinamento dos colaboradores. “Trata-se da primeira onde de compras para o final de ano porque coincide com o recebimento da primeira parcela do 13º salário. O consumidor aproveita os descontos da Black Friday para garantir a compra de parte dos presentes de Natal com menor preço. Quando recebe a segunda parcela, em dezembro, ele completa as compras de fim de ano, sendo a segunda onda, e a mais forte”, avalia Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Ribeirão Preto.

As expectativas do comércio para este ano são positivas, mas dentro de um cenário real de endividamento e inadimplência. Segundo Paulo Lopes, em 2021 a Black Friday foi prejudicada por conta da pandemia de Covid, mas mesmo assim, ajudou os comerciantes naquele momento. Em 2022, com o avanço da vacinação, a suspensão das restrições e a volta à normalidade, a data foi mais positiva, ajudando a garantir uma boa recuperação e um fim de ano melhor nas vendas do varejo local e regional. “Em 2023 a expectativa é de alta nas vendas, mas não com grande intensidade, uma vez que o varejo, como um todo, vem com desempenho abaixo do ano passado. O nível de endividamento das famílias e a inadimplência ainda estão altos e a economia não tem passado segurança e um mínimo de previsibilidade”, enfatiza. “Vale lembrar que Ribeirão Preto ainda se beneficia um pouco mais nas vendas do comércio varejista por ser um polo regional de consumo, ou seja, muitos moradores das cidades da macrorregião vêm consumir aqui”, acrescenta.

De acordo Paulo Lopes, ainda não há pesquisas sobre a expectativa de vendas para a data, mas já é possível detectar que os lojistas estão otimistas e esperançosos, ao mesmo tempo conscientes de que as vendas podem ficar abaixo das expectativas, especialmente por conta dos impactos causados pelas obras de mobilidade no centro de Ribeirão Preto e na região da avenida Nove de Julho e Boulevard. “Há um grande receio de que o atraso no cronograma das obras, que mesmo paralisadas ou flexibilizadas no período de Natal, atrapalhe o acesso dos clientes e os inibam de ir aos estabelecimentos dessas regiões afetadas”, frisa.

Comércio eletrônico

O distanciamento físico imposto durante a pandemia levou o comércio eletrônico a superar 80% das vendas. A volta à normalidade, no entanto, fez com que o consumidor retomasse antigos hábitos e o varejo físico foi recuperando sua força. Segundo o presidente do Sincovarp, o E-commerce se manteve em um patamar considerável e hoje se aproxima de 20% do faturamento do varejo brasileiro, com enorme perspectiva de crescimento nos próximos anos. “É caminho sem volta, uma vez que os novos consumidores estão cada vez mais digitalizados. Projetamos que muitas vendas serão concretizadas no E-commerce porque os consumidores estão sempre atrás de boas promoções, cupons de descontos e comodidade, e isso o online oferece. Sem falar no comportamento digital que mistura o online e o offline. Mas também é importante salientar que há um grande público mais conservador e menos digitalizado, que prima por ir à loja física, ver e tocar os produtos, conversar e negociar com os vendedores e, principalmente, experimentar produtos como roupas, sapatos, acessórios, joias, bijuterias etc. Esse é um grande público consumidor que deve garantir o movimento nos principais corredores comerciais de Ribeirão Preto”, observa.

Reclamações e cuidados

O Procon-SP dá algumas dicas para fazer um bom negócio na Black Friday:

- Pesquisar os produtos desde agora para ter uma noção dos preços

- Analisar, durante a promoção, as condições de pagamento oferecidas, as taxas de juros cobradas e os prazos para quitação.

- Avaliar se o tempo de entrega prometido é factível para o endereço do consumidor, uma vez que as empresas estarão com sua capacidade logística mais demandada durante o período.

- Verificar se o perfil da empresa possui reclamações (se não houver comentários, desconfie); dar preferência a fornecedores que informam canais de atendimento, CNPJ e endereço físico.

- Estar atento à forma como se comunica com o fornecedor; não clicar em links enviados por e-mail, WhatsApp ou mensagens sem antes checar no canal oficial do fornecedor.

- Observar atentamente os dados da empresa em boletos, a titularidade de contas para depósito e outras informações para evitar fraudes.

 


Guilherme Sircili

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