Microfranquias: Uma alternativa à crise econômica

Microfranquias: Uma alternativa à crise econômica

A maioria das microfranquias não tem custo de aluguel, pode funcionar na própria casa do empresário, com faturamento que varia de R$ 20 mil a R$ 30 mil

Com uma combinação de baixa complexidade e investimento, as microfranquias se apresentam como opção de negócio para empreendedores brasileiros que buscam alternativas para driblar a crise econômica que afeta o País.

Um dos atrativos deste segmento é o valor do investimento, menor de uma franquia convencional, com aporte que vai até R$ 80 mil. O investimento inicial e as exigências também são menores, assim como o faturamento, que varia de R$ 20 mil a R$ 30 mil, com alto retorno do trabalho operado.

Segundo o consultor e especialista em marketing do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de Ribeirão Preto, Leonardo Molinar, as microfranquias tiveram um crescimento nos últimos dez anos em função do ambiente econômico que encorajou pessoas a trocar o antigo emprego pelo primeiro negócio.

“Nos períodos de crise, mais do que nos períodos de crescimento econômico acelerado, aparece, em abundância, um perfil de empreendedor que os estudiosos classificam como o ‘empreendedor por necessidade’, que perdeu a sua renda ou o seu emprego em consequência da crise”, destaca.

E por necessidade de obter uma nova renda em curto prazo, o consultor aconselha as pessoas a manterem a calma para procurar orientação, fazer pesquisas e estudos de viabilidade antes de investir os recursos em um novo empreendimento.

Primeiro Passo

Como qualquer negócio começa com a pesquisa, o microfranquiador também deve dedicar os seus objetivos investigando microfranquias, relacionadas ao perfil desejado.

O consultor do Sebrae diz que, se possível, o futuro empreendedor deve visitar, no mínimo, três microfranquias da rede para investigar vários aspectos do novo negócio.

“Nessas visitas, procure conversar diretamente com os franqueados, mostrando que você é um candidato em outra cidade e que não representa risco ou ameaça para ele”, ressalta.

Além de analisar a qualidade do treinamento inicial, as ações de suporte e apoio nas campanhas promocionais são aspectos que o empreendedor pode verificar em uma microfranquia, como também os serviços de marketing e orientação técnica presencial, que vão garantir a sustentação e o crescimento da franquia.

Molinar aconselha aos franqueados a visitar a Franchising (ABF- Expo), que é considerada a maior feira do País, promovida pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), onde os futuros microfranqueados poderão conhecer os concorrentes da rede que ele está pretendendo investir.

Valeu a pena

Com dificuldades de mão de obra de baixa qualidade, o engenheiro civil, Bruno Fernandes Ciola, resolveu procurar uma franquia de seu perfil para começar o primeiro negócio da área de construção. Ele pesquisou modelos de empresas e encontrou um novo projeto com desenvolvimento de metodologia e materiais didáticos de construção civil.

Ciola visitou uma das unidades da empresa, em São José do Rio Preto (SP) para verificar se seria viável inovar em uma nova proposta em Ribeirão Preto.

“Se não fosse um modelo de franquia, eu não teria ideia de como montar o meu primeiro negócio de construção civil”, afirma.

O engenheiro inaugurou em outubro de 2012, o Instituto da Construção, com o objetivo de inovar o mercado de educação com cursos voltados para a área da Construção Civil.

Atualmente, a empresa oferece 15 cursos, como decoração residencial, eletricista, mestre de obras, gesso acartonado, pintor de obras, pedreiro, instalador de alarmes, entre outros. Em média a escola conta com 400 alunos e uma equipe de 15 profissionais.

Sem custo de aluguel

A maioria das microfranquias não tem custo de aluguel, pois pode funcionar na própria casa do empresário. Porém, Molinar afirma que é preciso ter cuidado com a definição dos preços de venda dos produtos ou serviços, pois, os custos de aluguel são menores apenas no início da operação.

“Se o negócio for crescendo, o empreendedor terá que considerar a necessidade de mudar-se para outro espaço e, assim, vai precisar pagar aluguel de algum ponto comercial. Nesse momento, os custos fixos crescem e ele precisa ficar atento quanto à sua estratégia de precificação, como definição do preço de vendas que ele está praticando para continuar tendo lucro”, disse.

Ele comenta também que para a pessoa continuar tendo lucro, mesmo que no início não haja custo de aluguel, o trabalhador precisar calcular um possível valor hipotético de aluguel. Assim, quando ele tiver de se mudar para um novo local, as despesas não vão pressionar os preços que ele pratica, evitando a perda de clientes.

Faturamento

O faturamento de uma nova firma não vai aparecer no primeiro mês de atuação. “É necessário um período de, no mínimo, um ano inteiro para que o empreendedor tenha certeza que todos os potenciais clientes do seu negócio tenham tido a oportunidade de tomar conhecimento do novo empreendimento, ter disposição para comprar pela primeira vez e perceber que a experiência de comprar no estabelecimento foi positiva”, frisa Molinar.

Ele completa que é preciso dar tempo para que o cliente suba a escada da fidelidade, passando pelo primeiro degrau, como provável cliente, e chegando ao topo da lista como cliente defensor.

Para os negócios de conveniência, como minimercados, marmitarias, restaurantes por quilo, cosméticos, salões de beleza, cursos livres e academias, o processo de faturamento demora um ano para ter resultado.

Já para varejo de moda, calçados, decoração, móveis, eletroeletrônicos, o tempo pode ser de três a cinco anos para o faturamento aparecer, pois são apresentam ciclos de compras mais lentos e longos.

 

Foto: Arquivo Pessoal

 

 

 

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