Projeto da USP em Ribeirão Preto usa o palhaço para abordar o bullying nas escolas

Projeto da USP em Ribeirão Preto usa o palhaço para abordar o bullying nas escolas

Trabalho desenvolvido no programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do HCFMRP-USP foi premiado na XIII EXPOSAÚDE, da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto

Os conhecidos “Doutores da Alegria”, palhaços voluntários que visitam hospitais e casas de repouso, já são quase que uma tradição no Brasil e no mundo. Então, que tal levar isso para sala de aula? Foi o que propôs Cely Morcef, residente no programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (HCFMRP-USP) em seu trabalho “O Uso do Clown como Ferramenta Pedagógica em Saúde na Escola: Desconstruindo Estereótipos no Debate sobre o Bullying com o auxílio da Palhaçaria”. 
 

O objetivo do projeto era a implementação de uma nova metodologia de ensino lúdica, interativa e reflexiva, para a formação de grupos com crianças no ambiente escolar, abordando a saúde mental infantil e os desafios de enfrentamento do bullying, promovendo uma discussão crítica e utilizando a linguagem da população alvo. 
 

Tendo como foco a oficina de criação de um personagem cômico e, posteriormente, um teatro educativo com base em erros e comportamentos bizarros do palhaço, o projeto abre espaços de debate e momentos de identificação da problemática do bullying escolar, assim como montagem coletiva pelas crianças de formas de enfrentamento, prevenção e proteção desta prática.
 

Um dos pontos chave do projeto é a apresentação da personagem Dra. Socorrindo, artista de um circo imaginário, que usa da palhaçaria para encenar a história de sua vida, explicando como ela foi a única em sua cidade que nasceu com um nariz vermelho e uma voz peculiar. “As crianças imediatamente reconhecem e falam que ter uma característica diferente do padrão de normalidade seria motivo para sofrer bullying na escola e preconceito na comunidade”, explica Cely.
 

A personagem, então, abre um debate junto às crianças e aos outros palhaços sobre repercussões do bullying na saúde mental, estratégias de enfrentamento e sobre a importância das diferenças. Dra. Socorrindo conta para os pequenos que todo o bullying que sofreu não a atingiu, pois ela fez da sua força de vontade uma forma de usar a única diferença que tinha para passar na seleção de artistas de circo mais disputadas do mundo, usando suas diferenças para trilhar seu próprio caminho.
 

“Ao final, as crianças refletem como ela chegou em um caminho único por ser diferente do padrão de normalidade, o que a levou ao sucesso e juntos sugerem estratégias de combate ao bullying, assim como refletem sobre o impacto dos próprios comportamentos em sala de aula e na comunidade”, complementa.

Compartilhar: