Projeto socioeducativo da USP vence prêmio do Conselho Nacional de Justiça

Projeto socioeducativo da USP vence prêmio do Conselho Nacional de Justiça

Grupo de estudos mantém convênios com ONGs para estruturar programa socioeducativo destinado a adolescentes infratores

O projeto Socioeducando "Parceria Universidade-Comunidade na Construção de Novos Contextos de Desenvolvimento" conquistou o primeiro lugar no terceiro Prêmio Prioridade Absoluta, na categoria Universidade, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em evento realizado na sede da instituição, em Brasília. 
 

Iniciado em 2010, sob a supervisão da professora Marina Rezende Bazon, do Grupo de Estudos e Pesquisa em Desenvolvimento e Intervenção Psicossocial (GEPDIP) da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, o Projeto Socioeducando propõe-se a enriquecer os programas socioeducativos destinados a adolescentes infratores. Esse propósito é alcançado por meio da ampliação do conhecimento de um grupo de voluntários composto de estudantes universitários da graduação e pós-graduação da USP, além de profissionais das áreas de psicologia, assistência social e pedagogia.
 

O que inicialmente era concebido como um estágio profissionalizante para alunos de graduação em Psicologia logo evoluiu para um projeto de pesquisa. Esse projeto não só prepara os alunos para atuar em contextos desafiadores, como a realidade dos jovens infratores cumprindo medidas de liberdade assistida ou internação, mas também se propõe a estudar esses ambientes, implementar melhorias e criar referências bibliográficas.
 

“A nossa atuação sempre esteve enraizada no contexto comunitário, seja nas medidas de meio aberto, como a liberdade assistida, executadas por ONGs em Ribeirão Preto, ou no âmbito da internação, sob a execução das medidas determinadas pelo juiz na Fundação Casa”, explica Marina.
 

O Projeto Socioeducando estabelece parcerias com ONGs da área e colabora com profissionais da Fundação Casa em todo o Estado de São Paulo. Ele desenvolve pesquisas científicas, proporciona estágios práticos em campo para estudantes de graduação e pós-graduação da USP, oferece cursos de difusão na universidade e realiza encontros socioeducativos com os adolescentes envolvidos no projeto.
 

Atualmente, estão em andamento testes em uma unidade da Fundação Casa para a formulação de um programa abrangente que visa ao desenvolvimento de habilidades para a reintegração social e a saúde mental desses adolescentes. Este programa se concentra no ensino de habilidades para reconhecer, lidar e modificar emoções, adotando uma abordagem educativa que encoraja a participação ativa dos jovens nas avaliações e nas intervenções propostas.
 

Os resultados das pesquisas já permitiram a elaboração de um protocolo de avaliação, manuais de intervenção psicossocial e a produção de referências bibliográficas, todas publicadas durante as atividades e disponíveis no portal do GEPDIP. Além disso, os adolescentes são diretamente beneficiados pelo projeto, participando de avaliações e atividades destinadas a promover habilidades sociais.
 

A equipe vencedora conta, além de Marina, com as pós-graduandas Mariana Guedes de Oliveira Franco, Lyara Correia Guimarães, Lais Sette Galinari e Samara de Oliveira Nascimento, além do psicólogo Thales Vinicius Mozaner Romano. A professora acrescenta que, a partir do período de atividades remotas, durante a pandemia de covid-19, o projeto conseguiu colaboração dos professores Guilherme Lucas e Eliane Comoli, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, e o professor Sérgio Nojiri, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, representando o caráter interdisciplinar do projeto.
 

Mais informações pelo e-mail: [email protected], com Marina Bazon.

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