Ribeirão Preto tem oficina de cordel gratuita na próxima terça, 23
Ação finaliza projeto "Histórias que Ganham o Mundo", que percorreu pelo estado de SP
O projeto Histórias que Ganham o Mundo, através de incentivo do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura, oferecerá ao público, geral e professores de Ensino Fundamental I da rede pública, oficinas gratuitas de cordel com o especialista Aderaldo Luciano, que acontecem na próxima terça-feira, 23, em dois horários, das 9h30 às 11h30 e das 15h30 às 17h30, no Salão da Casa da Ciência, em Ribeirão Preto.
"Levar o cordel para as salas de aula cria um contato amplo com o universo dessa arte, uma vez que é parte da literatura, mas também tem proximidade com a música e relação com as artes visuais, através da xilogravura e outras ilustrações que podem acompanhar os cordéis", explica Fernanda Araneo Bassani Pace, diretora artística do projeto.
Apesar das muitas histórias relacionadas ao aparecimento do cordel brasileiro, ele é uma arte genuína e com estética única. De acordo com Aderaldo Luciano, apesar de lembrar a literatura de cordel portuguesa, o cordel brasileiro é diferente. "O folheto de cordel nordestino assemelha-se na forma aos portugueses, entretanto o conteúdo, a forma poética é única. Os poetas brasileiros criaram uma forma poética fixa, a única forma poética legitimamente brasileira", destaca o cordelista.
Pela falta de conhecimento sobre o assunto e abordagens rasas nas escolas, o cordel brasileiro é visto ainda como folclore e não como cultura legítima brasileira. O primeiro aparecimento da arte é registrado em Recife, através do poeta paraibano Leandro Gomes de Barros, no século XIX.
"Qualquer pessoa pode participar das oficinas, o público é aberto, mas temos foco em multiplicadores de conteúdos, especialmente professores do Ensino Fundamental I. As aulas terão duração média de quatro horas e focarão em informações sobre o cordel, sua origem e importância cultural avaliando os conhecimentos e dúvidas dos participantes”, diz Fernanda.
E o projeto ainda tem duas etapas após as oficinas: um concurso cultural de textos e ilustrações, voltado a crianças de 8 a 12 anos, e um livro que publicará os melhores trabalhos.
Foto: Paulo Amaral/Divulgação