Contrariando a recessão, número de vagas de estágio cresce 17%
Contrariando a recessão, número de vagas de estágio cresce 17%

Contrariando a recessão, número de vagas de estágio cresce 17%

A faixa etária mais afetada pela crise econômica busca uma saída para não ficar à margem do mercado de trabalho no Brasil

Segundo levantamento realizado pela Companhia de Estágios – assessoria especializada no recrutamento e seleção de estagiários –, somente no primeiro semestre de 2016, o número de inscritos nos programas de estágio cresceu 17,6% em comparação com o mesmo período de 2015. Um crescimento significativo na série histórica, pois, comparando o primeiro semestre de 2013 com o do ano seguinte, o número de inscritos subiu apenas 3,8%.

Os números contrariam os constantes resultados desfavoráveis aos jovens. De acordo com o último levantamento realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) trimestral do IBGE, a taxa média de desemprego no Brasil foi de 11,8% no 3º trimestre de 2016. Mas, para os jovens entre 18 e 24 anos, chegou ao nível recorde de 25,7%. No mesmo trimestre de 2015, a desocupação estava em 19,7%.

Nas regiões brasileiras, a maior taxa de desocupação foi registrada no Nordeste com 29,5%. Em seguida aparecem o Sudeste (27,4%) e o Norte (25,2%).

Empresas do segmento, em Ribeirão Preto, também continuam crescendo mesmo no cenário de crise. O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) abriu 1,5 mil vagas no Estado de São Paulo para o programa Aprendiz Legal. As oportunidades são voltadas a estudantes com idade entre 14 e 24 anos, sem experiência profissional. O programa possibilita que os jovens ingressem no mercado de trabalho, com carteira assinada por prazo determinado e recebam capacitação teórica na área que vão atuar ministradas pelo CIEE.

Via de mão dupla

Denise Lustri, diretora da Cohros, empresa do ramo de recursos humanos e gestão de empresas, explica que para a empresa a contratação de um estagiário é uma via de mão dupla; ajuda o jovem a ingressar no mercado de trabalho e também alivia a empresa com relação a possíveis encargos tributários advindos do regime em CLT.

"O estágio traz muitas vantagens para as empresas. É, sem dúvida alguma, uma grande oportunidade para identificar novos talentos, sem o peso dos encargos sociais, tributários e trabalhistas, além de ser uma contratação bem menos burocrática se comparada com o regime de contratação pela CLT", conta a diretora.

E é justamente a este alívio econômico, sem quedas significativas na produtividade, que Denise atribui os números acima da média para o mercado de estágios.

“As vantagens mencionadas sobre os encargos se tornam ainda mais relevantes em tempos de crise, em virtude da necessidade de controlar ou reduzir custos e de contar com pessoas mais competentes e produtivas”, conclui a especialista.


Foto: Pixabay

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