Ribeirão foi campeã na geração de empregos em 2022 entre cidades do mesmo porte

Ribeirão foi campeã na geração de empregos em 2022 entre cidades do mesmo porte

Cidade gerou 11.740 novos postos de trabalho em 2022, melhor resultado das cidades entre 650 mil e 750 mil habitantes.

Ribeirão foi campeã na geração de empregos em 2022 entre cidades do mesmo porte

* Matéria publicada pela Agência Farolete de Jornalismo

 

Ribeirão Preto gerou 11.740 novos empregos em 2022, no acumulado de janeiro a dezembro. Esse foi o melhor resultado entre as nove cidades brasileiras na mesma faixa populacional, com 650 mil a 750 mil habitantes.

 

Por outro lado, o município acompanhou o cenário nacional e registrou mais demissões do que contratações no último mês do ano, interrompendo uma série positiva de onze meses.

 

Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nessa terça-feira, 31, pelo Governo Federal.

 

 

O principal empregador ribeirão-pretano é o setor de serviços: um saldo positivo de 7.500 postos em 2022, seguido pelo comércio, com 2.928 vagas a mais.

 

“Ribeirao Preto teve um desempenho excelente em 2022. A maior parte dos novos empregos foi gerada na área de serviços, que inclui saúde, educação, serviços financeiros, hotelaria, gastronomia e até manicure, entre outros. Isso vem se tornando uma tendência, onde Ribeirão é muito forte”, explica o professor e consultor econômico José Rita Moreira.

 

 

Segundo Luciano Nakabashi, professor da FEA-RP/USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) e pesquisador na área de desenvolvimento econômico, Ribeirão teve uma retomada forte em 2022 no setor de serviços, principalmente pela normalização da pandemia de Covid.

 

Ele aponta que os saldos de empregos entre as cidades paulistas de mesmo porte são similares, mas que Ribeirão pode ter se destacado, também, pelo bom ano do setor sucroalcooleiro, com alta nos preços de combustíveis e do açúcar.

 

“Isso ajuda a dinamizar a economia nas cidades ao entorno de Ribeirão Preto, com os habitantes vindo aqui gastar”, explica Nakabashi.

 

Série histórica

 

O desempenho de Ribeirão em 2022 só não foi melhor porque a queda em dezembro foi acentuada, registrando o pior saldo desde maio de 2020 – quando o país enfrentava o terceiro mês da pandemia de Covid.

 

Luciano Nakabashi explica que o contexto dos empregos é cíclico: geralmente com mais demissões em dezembro e janeiro, e uma retomada mais forte no começo do segundo semestre.

 

 

“Além disso, o Brasil reduziu sua taxa de crescimento ao longo de 2022, a economia veio desacelerando. O saldo negativo em dezembro tem o fator sazonal, mas influenciado também por essa desaceleração. Há vários motivos, como os juros em patamar elevado fazendo efeitos na dinâmica da economia, além das turbulências externas e internas”, explica o professor da USP.

 

Por conta da redução acentuada em dezembro, Ribeirão Preto fechou 2022 com saldo 17% inferior ao de 2021, quando foram gerados 14.203 novos empregos – 2.463 a mais do que no ano passado.

 

“O mês de dezembro foi de mudança no governo. Não que seja pior ou melhor, mas é um novo governo. E tudo o que é novo causa certa insegurança sobre o que vai ser feito. Os investimentos foram retraídos para se esperar um pouco e ver o que acontece, o que provocou de corte de pessoal”, explica o consultor José Rita Moreira.

 

Segundo ele, a tendência do empresariado no primeiro trimestre de 2023 é ficar em “compasso de espera”.

 

“Enxergar quais são as medidas tomadas, como isso pode impulsionar a economia, e aí sim voltar a gerar empregos”, explica.

 


Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

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