Após início de depressão, animal mais velho do Bosque de Ribeirão vive em quarentena
O Babuíno Sagrado Kiko está fora de exposição, porque era provocado pelos visitantes e revidava atirando objetos
Com 24 anos, o Babuíno Sagrado Kiko é, atualmente, o animal mais velho do Bosque Zoo Fábio Barreto, em Ribeirão Preto. O macaco vive em quarentena, fora de exposição, por conta de um início de depressão que teve perante o público no recinto em que vivia.
Kiko nasceu no bosque, onde conviveu por muito tempo com duas fêmeas da mesma espécie. De acordo com Marisa dos Santos, bióloga do local, o macaco nasceu no final de 1993. Esta espécie vive em média de 35 a 40 anos em cativeiro, o que faz dele um animal já de terceira idade.
“A família do Kiko veio de um homem que possuía criadouros de animais e os vendia para zoológicos no século passado. Quando nasceu, ele era dócil, mas com o tempo foi absorvendo um temperamento diferente”, fala Marisa.
A bióloga conta que, antes de Kiko ser levado à quarentena, em um recinto exclusivo e espaçoso, as pessoas o irritavam durante a visitação. “Visitantes percebiam o comportamento mais sério do Kiko e o provocavam. Foi assim que ele começou a jogar coisas nas pessoas. O macaco até se mordia por estresse”.
Marisa diz que, apesar de bravo, Kiko é gentil - e apaixonado por iogurte. A organização do zoológico de Ribeirão já tentou, inclusive, transferi-lo para outro espaço. “Nós tentamos encontrar outro zoológico para o Kiko, mas não conseguimos, pois babuínos sagrados possuem o macho alfa na frente do grupo. Nosso macaco poderia morrer e se machucar em outros lugares”.
O diretor do bosque Alexandre Gouvêia explica que tirar o Kiko de exposição foi o melhor para o animal. “As pessoas acreditam que os animais precisam fazer gracinhas, mas não é assim. Eles têm liberdade para terem qualquer comportamento”, explica.
A espécie de Kiko é natural de florestas, mas prefere regiões montanhosas cobertas de rica vegetação. O animal pode encontrado na África e em partes da Ásia.
Fotos: Pedro Gomes