Ampliando os horizontes
Confira algumas opções de destinos fora do eixo turístico convencional que valem a pena conhecer
Ano após ano, alguns destinos permanecem entre os favoritos dos brasileiros. Orlando, Miami, Nova Iorque, Los Angeles e Las Vegas, todos nos Estados Unidos, são alguns deles. As paradisíacas Cancun, no México, e Punta Cana, na República Dominicana, também. Mais pertinho, na América do Sul, Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile. No entanto, segundo o diretor da agência Japtur, Júnior Mourão, são os países europeus que lideram essa lista. “Não há como negar, os destinos mais procurados pelos brasileiros ainda são países da Europa. Particularmente, muitos clientes que querem visitar o velho continente optam por Portugal, França e Itália. São locais com uma rica história e cultura, que atraem turistas interessados em aprender mais sobre o passado dessas nações. A gastronomia, a arquitetura e o clima também são fortes atrativos”, explica Júnior. Só que, além do eixo convencional, ou clássico, de cidades que todo mundo conhece ou sonha conhecer, existe um verdadeiro universo a ser explorado. O número de aventureiros ávidos por novos roteiros cresce a cada dia. Na Japtur, um dos destinos que tem despontado entre os clientes é a Croácia. “Já levamos alguns grupos exclusivos e temos uma nova viagem programada para lá em outubro deste ano. O roteiro é sempre um sucesso e todos voltam impressionados com o patrimônio cultural desse país, as belezas da costa do mar Adriático e a culinária super convidativa ao nosso paladar”, revela.
Para quem deseja ampliar o repertório turístico, confira, a seguir, as dicas de alguns experts em viagens:
QUÊNIA
Ricardo Ortoni é, em suas próprias palavras, viciado em viagens. Já visitou, por enquanto, 42 países. O que mais o motiva a continuar esse tour pelo mundo é a oportunidade de conhecer realidades extremamente diferentes. “Fico fascinado em presenciar o que as pessoas fazem mundo afora enquanto vivo minha rotina no Brasil”, comenta. O empresário ressalta que gosta dos destinos tradicionais, mas, os exóticos são, definitivamente, os mais marcantes de sua lista. Como exemplo, ele cita o Quênia, país que abriga o hotel Giraffe Manor. “Assim como todo colecionador almeja um objeto especial para sua coleção, eu, como viajante, sempre tive como sonho – quase inatingível – conhecer o famoso hotel aonde as girafas esticam seus enormes pescoços e roubam petiscos da mesa do café da manhã, através de janelas. Porém, conseguir uma vaga neste hotel era quase uma loteria”, explica. Com a pandemia e o esfriamento do turismo ele, finalmente, conseguiu a vaga, em setembro de 2021. A comemoração foi em dose dupla, porque a data da viagem coincidiu com o aniversário de cinco anos de casamento dele com a nutricionista Tatiane Bolelli. “Partimos rumo a Nairobi, a capital do Quênia. Alguns minutos após o check-in, estávamos nos acomodando no quarto e uma girafa já apareceu na janela para nos dar boas-vindas. Foi um choque, ficamos estáticos. Aquele momento já valeu toda a viagem. Fomos convidados para um chá da tarde, aonde, além de salgados e bolos, havia girafas para todo o lado. Tiramos muitas fotos, selfies e descolamos até um beijinho de uma delas. No dia seguinte, quando entramos no restaurante para o café da manhã, lá estavam elas. Naquele momento, meu maior desejo como viajante se realizava”, descreve. Após essa estadia, o casal ainda aproveitou para conhecer melhor o Quênia. “Alugamos um carro e pegamos estrada rumo a um safari, aonde avistamos leoas, elefantes, zebras, búfalos e mais uma infinidade de fauna selvagem. Passamos, também, alguns dias em um resort na costa, aonde há praias lindas de água quente e cristalina, além da areia branquinha”, completa. A aventura fez com que o empresário classificasse o Quênia como um dos países mais fascinantes que já conheceu. Para quem se animar com o destino, ele faz um único alerta: cuidado com a infraestrutura precária das estradas e com a imprudência dos motoristas.
Sonho de viajante realizado com sucesso: Ricardo e a esposa, Tatiane, no hotel Giraffe Manor
ISLÂNDIA
A advogada Laura Elias de Oliveira já esteve em 55 países e territórios. “Territórios são regiões dependentes economicamente de outros países ainda, como se fossem as antigas colônias. Os
dois territórios que conheci foram: St. Martin, parte Norte de uma ilha no País oferece aos visitantes várias atrações, como safaris e praias com águas cristalinas CAPA Revide 1.160 | 21.04.23 9 Caribe, considerado território da França, e St. Maarten, parte Sul desta mesma ilha, considerado território da Holanda. Em nada se parecem com esses países”, esclarece. Na hora de planejar a próxima viagem, os destinos fora do padrão turístico são seus favoritos. No ranking de destaques, a Islândia está no topo. “Foi o país mais fora do óbvio que já vi. Eu sou fã das séries ‘Game of Thrones’ e ‘Vickings’, e ficava admirando as paisagens que apareciam nas filmagens. Foram essas paisagens que motivaram a escolha, somadas à possibilidade de vivenciar a aurora boreal, que também era um sonho. Chegando lá, eu me senti abduzida, fora do planeta Terra, do início ao fim da viagem. Foi surreal”, conta. Segundo Laura, além das imensas geleiras, cavernas, gêiseres e campos de lava (há, pelo menos, 20 vulcões ativos no país), a Islândia também possui uma atmosfera mística. “É possível encontrar carcaças de aviões abandonadas nas areias negras de suas praias mais distantes, em acidentes aéreos não desvendados até hoje. É a ‘terra do fogo e do gelo’, mistura vulcões e fontes termais x geleiras e neve. Esse contraste gera condições climáticas bastante instáveis e paisagens magnificas”, acrescenta. Entre os passeios imperdíveis, ela indica o “Círculo Dourado”, um circuito turístico de 300 km, com partida e chegada da capital – Reykjavik. Entre as atrações estão o Jökulsárlón, um lago glacial que fica em Vatnajökull, que é todo circundado por uma cadeia de icebergs, Godafoss, “a Catarata dos Deuses”, que é uma das cachoeiras mais bonitas do destino, e a Praia de Reynisfjara, em Vík, famosa por suas areias negras com formações geológicas que surgem de dentro de um mar que parece calmo, mas que arrasta os turistas mais desavisados e distraídos. Algumas curiosidades: o país possui condições climáticas bastante adversas e severas, com ventos capazes de arrastar carros sem tração nas quatro rodas. A culinária é um capítulo à parte, com carnes de tubarões putrificados e outras iguarias. “Estejam preparados para a viagem mais rara, porém mais cara de suas vidas. Um lanche Big Mac, por exemplo, gira em torno de R$ 100 na capital”, adianta.
A Islândia, a ‘terra do fogo e do gelo’, foi a escolha de Laura
CAMBODIA
Quem também tem “rodinhas” nos pés é a assessora de comunicação e relações públicas Fabiana Albuquerque. Colecionando momentos inesquecíveis ao redor do mundo, ela escolheu compartilhar, nesta matéria, a experiência que teve no Cambodia. “Há um tempo, vi uma imagem, dessas que aparece na tela de descanso da TV, e falei: ‘quero conhecer esse lugar’. Depois de uma pesquisa, descobri que era o templo de Angkor Wat, considerado a maior estrutura religiosa já construída e um dos tesouros arqueológicos mais importantes do mundo. O templo, em questão, fica no Cambodia. Já estava nos meus planos fazer uma viagem para a Ásia, e estava em busca de um destino. Então, foi perfeito. Fiz uma parada em Istambul, na Turquia, visitei a Tailândia e, depois, parti rumo à Siem Reap, a cidade mais próxima de Angkor, complexo onde estão os templos e antiga capital do império Khmer”, recorda. O destino, completamente desconhecido, a surpreendeu positivamente. “Foi um dos lugares mais incríveis que vi na minha vida. Até a comida, que era o meu maior medo, era maravilhosa. Estivemos em ótimos restaurantes. O hotel também era muito bom. O centrinho tinha várias lojas e as noites eram bem agitadas”, comenta. Ainda segundo Fabiana, um detalhe que fez toda a diferença foi o acolhimento do povo local. “É um povo sofrido. O Cambodia é um dos países com maior concentração de minas terrestres no mundo, que foram instaladas durante quase três décadas de conflito. Muitas pessoas morreram. Muitos tiveram membros amputados. Mesmo com tantas adversidades, eles são encantadores e extremamente gentis. Fazem de tudo para que a gente se sinta bem lá. A experiência, como um todo, foi fascinante”, finaliza.
AS TENDÊNCIAS, SEGUNDO O THE NEW YORK TIMES
O jornal norte-americano The New York Times elegeu os 52 melhores destinos para se visitar em 2023. Confira, a seguir, quais estão no topo da lista: 1 - Londres, Inglaterra 2 - Morioka, Japão 3 - Monument Valley, Estados Unidos 4 - Kilmartin Glen, Escócia 5 - Auckland, Nova Zelândia O Brasil está representado pelo Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e por Manaus, que foram eleitos nas 11° e 41° posições, respectivamente.
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