China deve aumentar arsenal nuclear para confrontar Trump, diz jornal chinês
China deve aumentar arsenal nuclear para confrontar Trump, diz jornal chinês

China deve aumentar arsenal nuclear para confrontar Trump, diz jornal chinês

"A China tem de estar preparada para o pior", escreveu em editorial o China Daily, na edição desta quinta

A China deve “aumentar significativamente" os seus gastos militares e construir mais armas nucleares, preparando-se para o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta quinta-feira, 8, o Global Times, jornal próximo do Partido Comunista Chinês (PCC). As informações são da Agência  Lusa.

Em editorial, o Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende "um aumento significativo das despesas militares da China, em 2017". Segundo o texto, o país asiático deve "construir mais armas nucleares estratégicas e acelerar a instalação dos mísseis balísticos intercontinentais DF-41" para proteger os seus interesses, caso Trump aja de "forma inaceitável" para com o país.

Trump atacou frequentemente a China durante a sua campanha presidencial, designando o país como o "inimigo" que faz dos EUA "palermas". Mas ele indicou também que não deseja projetar o poder dos EUA além-fronteiras, afirmando que a América está cansada de pagar para defender  aliados como o Japão e a Coreia do Sul. Trump chegou mesmo a sugerir que esses países construam as suas próprias armas nucleares.

O editorial do Global Times surge na sequência de um 'post' de Trump na rede social Twitter, em que ele critica as políticas externa e comercial da China, e depois da conversa por telefone do presidente eleito com a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Pequim considera Taiwan parte do seu território, pelo que o contato de alto nível com Taipé, capital de Taiwan, sugere um apoio às aspirações independentistas do território. No editorial o Global Times escreveu: "Precisamos nos preparar melhor militarmente, para garantir que aqueles que advogam a independência de Taiwan sejam castigados, e tomar precauções em caso de provocação dos EUA no Mar do Sul da China".

Trump escolheu esta semana o governador de Iowa, Terry Branstad, que tem laços antigos com o Presidente da China, Xi Jinping, para ser o embaixador norte-americano em Pequim. A escolha sugere que o magnata quer manter boas relações com o país, mas o jornal estatal China Daily permanece pessimista quanto ao futuro das relações entre as duas maiores potências do planeta.

"A China tem de estar preparada para o pior", escreveu em editorial o China Daily, na edição desta quinta. "O que aconteceu nas últimas semanas sugere que as relações entre a China e os EUA atravessam um período de incerteza nunca visto antes, mostrando que Trump pode não só ladrar como morder também", afirmou o periódico.


Foto: Pixabay

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