Centro: lugares

Centro: lugares

Conheça alguns dos principais pontos do Centro de Ribeirão Preto

 

• Catedral


Principal símbolo religioso da cidade, a Catedral Metropolitana de São Sebastião é, também, ícone de uma época. Ribeirão Preto passou de uma pequena capela para a atual catedral em pouco mais de uma década.

 

Até o fim do século XIX, o município contava com uma capela, na região da atual Praça XV de Novembro, mas a proximidade com o Teatro Carlos Gomes — considerado um ponto de atrações mundanas —, levou à escolha de um novo local para construção da Igreja Matriz da cidade. Em 1903, o cemitério localizado em frente à Praça das Bandeiras foi transferido para a atual Avenida Saudade e, no ano seguinte, foi iniciada a construção da igreja, que teve a planta do arquiteto sueco Carlos Eckman aprovada pelo Vaticano, aproveitando boa parte da planta do francês Victor Dubugras, ambos radicados no Brasil.

 

Padre Euclides Gomes Carneiro começou a construção com apoio de fazendeiros e o bispo recém empossado Dom Alberto José Gonçalves assumiu a responsabilidade da finalização das obras. Com a criação da Diocese de Ribeirão Preto, em 1908, a matriz foi concluída e elevada à Catedral em meados de 1916.

 

• A Fábrica

 

Inaugurada em 18 de abril de 1914, na Rua Mariana Junqueira, 33, esquina com a Avenida Jerônimo Gonçalves, a fábrica da Cia. Cervejaria Paulista — empresa local fundada em 25 de abril de 1913 —, foi instalada na margem oposta do córrego Ribeirão Preto onde já estava instalada sua concorrente, a Cia. Antárctica Paulista. Desde a sua inauguração até a sua fusão com a rival, em 1973, a Cia. Paulista foi decisiva para o desenvolvimento urbano da cidade.

 

Os investimentos imobiliários feitos na década de 1920 — na edificação dos três prédios do atual “Quarteirão Paulista” —, contribuíram com a economia local, em plena crise do café, e foram decisivos para tornar o Centro uma referência cultural. Por todo seu significado histórico e arquitetônico, a atual sede do Instituto SEB, antes conhecida como Espaço Kaiser, passou a ser denominada “A Fábrica”.

 

A inauguração aconteceu em 10 de dezembro de 2018 e, apesar de totalmente revitalizado, o prédio teve suas principais características históricas como patrimônio tombado preservadas. O local abriga projetos sociais, culturais e educacionais do instituto e possui um café, um auditório com capacidade para 400 pessoas e uma ampla Praça de Eventos.

 

• Biblioteca Sinhá Junqueira

 

Uma das histórias mais bonitas dos casarões antigos do Centro é a da Biblioteca Sinhá Junqueira. A casa construída em 1932 para moradia do coronel Quito Junqueira e da Sinhá Junqueira foi deixada em testamento para ser utilizada como uma biblioteca pública, juntamente com o dinheiro suficiente para sua fundação e instalação. A Biblioteca Cultural de Ribeirão Preto nasceu em 15 de março de 1960, provisoriamente na Rua São Sebastião.

 

Em 1º de agosto de 1961, foi transferida para o casarão, passando a se chamar “Biblioteca Cultural Altino Arantes” — sobrinho e principal testamenteiro de Dona Sinhá. O edifício ficou interditado por um ano, em 2019, para restauração e construção de mais de 900 m² ao seu redor, criando a Biblioteca Sinhá Junqueira, um centro cultural com auditórios, salas de leitura e café, aberto ao público em 6 janeiro de 2020.

 

A Fundação Educandário Coronel Quito Junqueira investiu na restauração e na reformulação, desenvolvida pelos arquitetos Dante Della Manna e Maria Luiza Dutra, e autorizada pelos órgãos de proteção do patrimônio das instâncias municipal, Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), e estadual, Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Fica na Rua Duque de Caxias, 547 e abre de terça à sábado, das 9h às 18h.

 

Marp

 

A sede do Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel Gismond, na Rua Barão do Amazonas, 323, é um dos imóveis mais antigos do Centro. Construído no início do século passado, para ser a primeira sede do Clube Sociedade Recreativa de Ribeirão Preto, foi inaugurado em um baile realizado em 31 de dezembro de 1908.

 

Projeto do arquiteto Affonso Geribello, executado pelo construtor Vicente Lo Giudice, o imóvel também sediou a Câmara de Vereadores, entre 1956 e 1984. Após uma grande reforma, o MARP foi inaugurado no local, em 22 de dezembro de 1992, com o objetivo de reunir todo o acervo de artes plásticas da Prefeitura — obras do Salão de Arte de Ribeirão Preto (SARP) e do Salão Brasileiro de Belas Artes (SABBART), adquiridas pelo poder público ou doadas à cidade, como o conjunto de obras dos artistas Leonello Berti e Nair Opromolla. Abre de terça à sexta, das 9h30 às 12h e das 13h às 17h30.

 

• Palácio do Rio Branco

 

Localizado na Rua Visconde do Rio Branco, o Palácio do Rio Branco foi sede da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto por mais de 100 anos — desde a sua inauguração, em 26 de maio de 1917, até 18 de agosto de 2022.

 

Encomendado pelo ex-prefeito Joaquim Macedo Bittencourt ao engenheiro Antônio Soares Romeo, o projeto de 1.800 m² de construção levou três anos para ser aprovado pela Câmara e concluído.

 

O edifício de dois pavimentos e um porão abrigava no andar superior o gabinete do prefeito e o salão nobre — estilo Luiz XV, decorado pelo pintor italiano Torquato Bassi (1880-1967) —, local onde ocorrem muitas recepções e coletivas de imprensa. Inspirado na arquitetura francesa, o prédio foi projetado misturando tendências da art-decô, neoclássica e características de art-noveau, e possui fachada semelhante aos edifícios franceses Mairie de Neuily-Sur-Seine e Hotel Ville de Suresnes.

 

Em 2014, o prédio foi tombado como patrimônio histórico do município por sua relevância para a memória política e administrativa da cidade. 

 

• Cine Cauim

 

O Cineclube Cauim nasceu em 1979, em uma sala na Rua Lafaiete, 1084. Foi para outra sala, perto da Catedral e, há 20 anos, permanece no prédio do antigo Cine Bristol — um dos mais luxuosos cinemas que o Centro teve, na Rua São Sebastião, 920.

 

Antes de sediar o projeto, o prédio havia abrigado uma igreja e permaneceu abandonado por muitos anos. Considerado o maior Cineclube do mundo, o Cauim é responsável por grandes projetos de difusão do cinema com foco na Inclusão Social, Educação e Cidadania.

 

O “A Escola vai ao Cinema” é realizado desde 2004; o “Ribeirão vai ao Cinema” forma público para a sétima arte e o “Cinema e Literatura” exibe filmes relacionados à literatura e promove debates com estudantes da rede pública municipal e estadual, fazendo do cinema uma ferramenta de aprendizado.

 

• Casa da Memória Italiana

 

Mais uma bela história de destinação a um imóvel no Centro, a Casa da Memória Italiana, localizada na Rua Tibiriçá, 776, tornou-se um museu aberto à visitação todas as quintas, sábados e domingos, sob agendamento prévio.

 

Construída entre 1923 e 1925, por Joaquina Evarista Meirelles e seu filho Joaquim Machado de Souza, moradores e proprietários da Fazenda Santa Rita, em Bonfim Paulista — a planta foi assinada por eles em 28 de maio de 1923 —, a casa foi restaurada pelo casal de imigrantes italianos Pedro Biagi e Eugênia Viel Biagi para sua moradia com as filhas Elisa, Ida, Iris, Ângela e Osônia, a partir de 1941.

 

Toda estrutura arquitetônica, decorativa e mobiliária, original da década de 1920, foi preservada pelos moradores, que a utilizaram como residência até 2012.

 

 Palacete 1922

 

O Palacete Jorge Lobato foi construído no ano que dá nome à casa, 1922, para residência do engenheiro Jorge Lobato Marcondes Machado e sua esposa, Anna, filha do fazendeiro Joaquim da Cunha Diniz Junqueira. Tombado em 2008 pelo Conppac, o imóvel ficou fechado por 24 anos, praticamente sem manutenção.

 

No final de 2014, foi adquirido pelos irmãos Hector e Ingrid Sominami Lopes, que iniciaram sua restauração, concluída dois anos depois, em 2017. Mais de 90% do projeto arquitetônico original de Adhemar de Moraes foi mantido.

 

A casa é um marco do estilo neocolonial e referências da arquitetura do barroco brasileiro estão em detalhes da fachada, no telhado com beiral e nas linhas mais limpas. O Palacete 1922 fica na rua Álvares Cabral, 716. No local, funciona um restaurante, aberto para o almoço de terça à domingo, para o jantar às sextas e sábados e café da manhã aos sábados e domingos. 

 

• Centro Cultural Palace

 

Localizado na Rua Álvares Cabral, 322, na esquina com a Rua Duque de Caxias, o antigo Central Hotel — que mais tarde passou a se chamar Palace Hotel e hoje é o Centro Cultural Palace — levou dois anos para ser construído e foi inaugurado em 1926, dando origem ao atual “Quarteirão Paulista”.

 

O proprietário do terreno e contratante da obra foi o comerciante de café Adalberto Henrique de Oliveira Roxo, que o vendeu para a Cia. Cervejaria Paulista, empresa que comprou também o terreno paralelo ao hotel e começou a construir o Theatro Pedro II e o Edifício Meira Júnior (atual Pinguim).

 

Para igualar a linguagem arquitetônica dos edifícios, sua fachada foi reformada por volta de 1930 — projeto do arquiteto Hipólito Gustavo Pujol Júnior. Em 1992, o hotel fechou e, em 23 de julho de 1996, a Prefeitura Municipal permutou o Palace Hotel com a Antarctica, dando início à sua transformação em Centro Cultural.

 

Quinze anos depois, em 20 de outubro de 2011, finalmente o local teve suas portas reabertas ao público, disponibilizando para a cidade a Sala dos Espelhos, o Anfiteatro “Pedro Paulo da Silva”, o Auditório Palace, o Auditório Vagões Culturais, o Salão Mármore, duas salas para oficinas e um salão para lançamentos de livros e intervenções artísticas. O edifício é tombado pela Resolução nº 32 do Condephaat, desde 7 de maio de 1982.

 

• Theatro Pedro II

 

Principal prédio do “Quarteirão Paulista”, cartão postal de Ribeirão Preto, o Theatro Pedro II tem sua história marcada por três momentos decisivos: a inauguração, em 8 de outubro de 1930; o incêndio, em 15 de julho de 1980, que o manteve fechado por 16 anos, e a reabertura, em 27 de maio de 1996.

 

Tombado pelo Condephaat em 7 de maio de 1982, o Theatro foi desapropriado pelo então governador do Estado, Orestes Quércia, em 17 de maio de 1989 e entregue ao município em seu aniversário, no dia 19 de junho.

 

Seis anos depois, em 19 de junho de 1995, foi criada a Fundação Pedro II, responsável pela sua preservação e programação de atividades artísticas e culturais. Fica na Rua Álvares Cabral, 370, ao lado do Palace e do Pinguim, em frente à Praça XV e é considerado o terceiro maior teatro de ópera do país.

 

• Choperia Pinguim 

 

A história do Edifício Meira Júnior, construído pela Companhia Cervejaria Paulista em 1930, e que também compõe o “Quarteirão Paulista”, e da Choperia Pinguim se confundem.

 

Inaugurada no local no final de 1977, a Unidade II da famosa Choperia Pinguim nasceu frente a frente à Unidade I — que ficava no Edifício Diederichsen, na esquina das ruas General Osório e Álvares Cabral. Hoje, o “Pinguim do Centro”, como é conhecido, é o ponto turístico que mais atrai visitantes na cidade.

 

Com fila de espera na entrada, está sempre lotado. Fica na Rua General Osório, 389, e funciona diariamente, a partir das 11h.

 


 

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Fotos: Divulgação/Revide

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