Ao depor, Dárcy diz não se lembrar de vereadores, funcionários e anotações
Em depoimento, Dárcy diz não lembrar de vereadores, funcionários e anotações

Ao depor, Dárcy diz não se lembrar de vereadores, funcionários e anotações

Prefeita de Ribeirão Preto, presa preventivamente desde sexta-feira, 2, também diz não ter tido relações próximas com Plastino e Mantilla

Nos depoimentos que a prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera (PSD) concedeu à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, nos dias 16 e 20 de setembro, em vários momentos ela disse de que não se recordava do assunto questionado pelos promotores, inclusive uma anotação de R$ 1 milhão em um bilhete, e também o motivo que a levaria a acabar com a carreira política de vereadores.

Os interrogatórios a que a procuradoria submeteu Dárcy são em referência à deflagração da Operação Sevandija. Em vários questionamentos, a prefeita sinalizou que não se recordava do assunto, não conhecia as pessoas em questão, ou de que não sabia do que se tratava e que até não era consultada na nomeação de próprios públicos.

Um dos pontos levantados pelos promotores é a anotação se referindo a R$ 1,7 milhão em um bilhete junto ao nome de uma engenheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e nem de quando escreveu o bilhete, mas reconhece que a letra é dela.

Dárcy também não soube informar o motivo de estar brava com alguns vereadores, situação revelada em um grampo telefônico autorizado pela justiça em que disse que acabaria com “a carreira política de todo mundo”, em uma conversa com o ex-superintendente do Daerp e ex-secretário de Administração, Marco Antonio dos Santos, após os vereadores Giló (PTB) e Maurílio Romano (PP) não terem votado em uma matéria favorável a prefeitura, na Câmara.

Ela diz que não se recorda nem quem são os vereadores que compunham sua base de sustentação na Casa – Capela Novas (PPS), Bebé (PSD), Genivaldo Gomes (PSD), Giló (PTB), Samuel Zanferdini (PSD), Cícero Gomes (PMDB), Maurílio Romano (PP), Saulo Rodrigues (PRB), todos investigados na operação Sevandija.

A prefeita, presa desde o último dia 2 de dezembro, e que está na penitenciária feminina de Tremembé, também disse que nunca teve qualquer relação com o empresário Marcelo Plastino, morto no dia 25 de novembro, e que quando soube que uma unidade básica de saúde receberia o nome do empresário, a informação teria lhe “causado espécie” e que “quase caiu para trás”.

Em outro trecho do interrogatório, ela afirma que não sabia de quem se tratava de Luiz Mantilla, preso na primeira fase da Sevandija por suspeitas de participação de fraudes no Daerp, enquanto ocupava o cargo de diretor, e que não questionou a contratação por se tratar de um técnico, além de informar que não tinha conhecimento de que ele havia sido exonerado da Sabesp.

Além disso, ela informou desconhecer o motivo que Julia Mantilla, filha de Luiz, e também foi presa na primeira fase da Sevandija, ter dito ao pai que deveria contar à prefeita sobre a abordagem na estrada que ele sofreu em que foi identificado que transportava dinheiro em seu carro. Ela ainda falou que teve apenas três contatos telefônicos com ele para tratar de assunto de abastecimento, e nunca manteve uma relação próxima.


Foto: JF Pimenta

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