Defesa de investigada na Sevandija aponta extorsão e critica a investigação
Maria Zuely é investigada em mesma ação que a ex-prefeita Dárcy Vera

Defesa de investigada na Sevandija aponta extorsão e critica a investigação

Advogado de Maria Zuely Librandi ainda diz que empréstimos eram prática rotineira

A defesa de Maria Zuely Librandi entregou para a Justiça nesta segunda-feira, 30, as alegações finais do processo, afirmando que a advogada sofreu extorsão e que empréstimos eram atos corriqueiros da ré, que é uma das investigadas pela Operação Sevandija, no núcleo dos honorários advocatícios, que apura a participação no esquema da ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera.

Leia mais:
Gaeco pede que investigados na Sevandija devolvam R$ 45 milhões aos cofres públicos
Defesa compara situação de Dárcy à de Gleisi Hoffmann e pede absolvição da ex-prefeita
Dárcy Vera confirma que pediu empréstimo de R$ 120 mil a Maria Zuely

Nas alegações, o advogado de Maria Zuely, Luiz Carlos Bento, não explica os motivos que levaram a advogada a realizar empréstimos para a ex-prefeita, como já havia sido detalhado por ela em depoimento realizado em 2017. Mas, no entanto, aponta que ela agia “dentro de seu direito”.

“No caso de empréstimos pessoais sem garantia, por mais incomum que seja, era prática habitual de Maria Zuely e não configuram crime”, declara a defesa. Contudo, destaca que o descontentamento apresentado por ela em grampos telefônicos interceptados pela investigação se dá em razão de estar sendo extorquida.

“Não se trata de ato voluntário! Sujeição a achaques seja por qual argumento for, se para garantir a pontualidade ou até mesmo para que não se frustre a percepção do avençado, não configura crime”, pontua o relatório, que afirma que não foi apresentada a comprovação de que Maria Zuely teria feito repasses a agentes públicos para garantir a regularidade dos pagamentos.

Críticas à investigação

Nas alegações, o Bento também questionou as investigações da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. O advogado afirma que, pela ação não envolver assuntos de interesse da União, ou seja, federais, não haveria a necessidade de as investigações serem atribuídas à Polícia Federal.

Além disso, assim como já havia feito as defesas de Dárcy Vera e dos outros réus deste processo, o defensor de Maria Zuely atacou a deleção premiada do ex-presidente do Sindicato Municipal dos Servidores, Wagner Rodrigues, ao dizer que o delator mentiu no acordo.

“A falácia da denúncia é flagrante e [...] se alguém induziu este juízo em erro foi o Ministério Público, que deu crédito às mentiras de Wagner Rodrigues e não da acusada Maria Zuely Alves Librandi”, afirma o advogado.

Reparação milionária

Em abril, quando apresentou seus memoriais do caso, o Gaeco pediu a condenação de todos os investigados neste caso, por acreditar que servirá de exemplo “ao restante do corpo social”, além de pedir a reparação de danos de R$ 45,4 milhões aos cofres do município.

A promotoria, ainda, afirma que em razão da “[...] gravidade dos delitos praticados, chega-se à conclusão de que os denunciados são pessoas de impulsos desenfreados e que não possuem a mínima condição de conviver em harmonia no meio social”.


Foto: Reprodução

Compartilhar: