Investigada na Operação Sevandija, Dárcy Vera passa primeiro aniversário na prisão
Eleita duas vezes prefeita de Ribeirão Preto e dona do recorde de votos para um vereador, Dárcy Vera aguarda decisão da Justiça

Investigada na Operação Sevandija, Dárcy Vera passa primeiro aniversário na prisão

Ex-prefeita de Ribeirão Preto completa 51 anos nesta terça-feira, 10; Dárcy Vera está há 11 meses presa preventivamente

A ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera completa o seu 51º aniversário nesta terça-feira, 10. Ela passa a data na Penitenciária Feminina de Tremembé, onde está presa preventivamente desde maio de 2017. Dárcy Vera é investigada na Operação Sevandija por suposto pagamento de propina para liberação de R$ 69 milhões de honorários advocatícios para Maria Zuely Librandi.

Eleita duas vezes para ocupar a principal cadeira do Palácio Rio Branco, Dárcy Vera detém a maior votação da história do município para um vereador. Em 2004, quando buscou seu quarto mandato para a Câmara Municipal, ela conseguiu 27.787 votos – 17 mil a mais do que o segundo candidato com mais votos para a disputa naquela ocasião.

O feito a fez emendar eleições seguidas, primeiro para deputada estadual, em 2006, com mais de 140 mil votos e, 2008, alcançando a prefeitura ainda no primeiro turno, derrotando Welson Gasparini, sendo reeleita quatro anos depois.

Agora, depois de convencer multidões, Dárcy tem de convencer a Justiça de sua inocência e aguarda decisão da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, que deve sair nos próximos meses, acerca da denúncia de recebimento de propina feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

Nos memoriais da promotoria apresentados na última semana, o Gaeco aponta que a ex-prefeita teria uma “sanha insaciável” pelo “butim mensal”, referindo-se ao suposto recebimento de valores da advogada Maria Zuely Librandi, que trabalhava na Prefeitura de Ribeirão Preto, para que liberasse os honorários advocatícios referentes a uma antiga ação dos Servidores contra a Prefeitura, no valor de R$ 69 milhões.

Dárcy Vera teria “direito” a R$ 7 milhões no esquema, segundo os promotores, e a delação premiada do ex-presidente do Sindicato dos Servidores Wagner Rodrigues. A defesa da ex-prefeita questiona o teor da colaboração de Rodrigues. Além disso, em depoimento feito à Justiça no último dia 5 de dezembro, ela confirma que recebeu dinheiro de Maria Zuely – cerca de R$ 120 mil -, porém, a título de empréstimos, que promete devolvê-los.

"Sim, recebi dinheiro a título de empréstimo [...]. Ela me viu reclamando que deixei atrasar o pagamento do cartão, em um momento que realmente eu estava apertada e me disse que emprestava, porque já fazia isso com outras pessoas. Eu aceitei porque o meu nome tinha o risco de ser contestado", afirmou Dárcy, na ocasião.

11 meses na prisão

Em 11 meses de prisão preventiva - ela foi presa em 18 de maio de 2017 -, Dárcy Vera entrou com uma série de pedidos de liminares de habeas corpus para a revisão da prisão – ao todo, foram 11 ações negadas no período. Ela ainda aguarda o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar outro requerimento.

Enquanto isso, na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, de Tremembé, na Região do Vale do Paraíba, Dárcy Vera aguarda uma decisão da Justiça trabalhando em uma oficina de roupas, que disponibiliza uniformes para outros detentos do sistema prisional – a cada três dias de trabalho, um dia de pena é reduzido em uma possível condenação.


Foto: Reprodução

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