Marco Antonio diz que foi a esposa quem escondeu dinheiro na deflagração da Sevandija
Marco Antonio afirmou que passou por diversas pastas, pois atuava na prefeitura como uma espécie de gestor de crise

Marco Antonio diz que foi a esposa quem escondeu dinheiro na deflagração da Sevandija

O ex-superintendente da Coderp e do Daerp, e ex-secretário de Ribeirão Preto, afirmou que a quantia era proveniente de herança familiar

O ex-secretário de Administração e ex-superintendente da Coderp e Daerp do governo Dárcy Vera, presta depoimento nesta quinta-feira, 14, no Fórum de Ribeirão Preto. Durante as perguntas do juiz da 4ª Vara Criminal, Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, Marco Antonio dos Santos afirmou que a quantia de R$ 40 mil encontrada em sua residência, no dia da deflagração da Operação Sevandija – em setembro de 2016 – era proveniente de uma herança recebida por sua esposa.

Marco Antonio disse que foi a própria mulher que escondeu o dinheiro na casa de máquinas da piscina da casa, porque estava apavorada. Ele contou que a família havia recebido a quantia referente à venda de um imóvel que pertenceu a uma tia da família. O motivo de ele guardar o dinheiro em casa foi porque suas contas bancárias estavam bloqueadas em razão de uma empresa do qual foi sócio, motivado por processos trabalhistas.

 “No dia da operação, até falei para os agentes da Polícia Federal. Por conta desta empresa, surgiram muitas ações trabalhistas e com frequência havia bloqueio de nossa conta corrente. Por isso, evitávamos deixar grandes quantias no banco. Nesse dia, minha esposa ficou assustada e colocou o dinheiro lá [na casa das máquinas]. Porque logo que chegaram a casa, eles questionaram onde estava o dinheiro. Ela ficou assustada", explicou o ex-secretário.

Marco Antonio, assim como outros réus da Sevandija, também afirmou que a operação teve conotação política. "Foi uma situação muito mais política. Tanto que houve interferência nas eleições da cidade", declarou.

Sobre as indicações de funcionários para atuarem na empresa Atmosphera, que prestava serviços terceirizados para a Coderp, o ex-superintendente afirmou que não havia pressão para obtenção de contrapartida, e sim, apenas eram encaminhados os currículos. 

 “Essas listas tinham em todo lugar. Todo mundo indicava. Parece que era um acerto entre o governo e a base, mas vereadores de oposição também faziam recomendações. Mas, eu não sabia a procedência. Eu nunca fiz essas listas. Elas brotavam", afirmou o ex-secretário, apontado como o homem forte do governo Dárcy Vera. 

Durante os questionamentos, Marco Antonio afirmou que passou por diversas pastas, pois atuava na prefeitura como uma espécie de gestor de crise. De acordo com ele, a situação no segundo mandado da ex-prefeita era muito delicada. "De forma geral, foi uma administração muito tumultuada", declarou.


Foto: Arquivo Revide

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