Sevandija: defesa alega conflito entre delações e pede liberdade de Dárcy Vera
Ex-prefeita de Ribeirão Preto foi condenada a 18 anos de prisão

Sevandija: defesa alega conflito entre delações e pede liberdade de Dárcy Vera

Advogada Maria Cláudia de Seixas afirma que ex-presidente do sindicato mentiu em delação que apontou participação de Dárcy em esquema


Segundo advogada, delação do ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais é conflitante com colaboração de empresário, o que comprovaria que o depoimento de Wagner Rodrigues não foi totalmente verdadeiro.



A defesa de Dárcy Vera entrou com um pedido de liberdade da ex-prefeita de Ribeirão Preto. A justificativa para o pedido é baseada no questionamento da delação do ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais Wagner Rodrigues. Isso porque uma nova delação no âmbito da Operação Sevandija apontaria novos indícios de que o sindicalista teria omitido informações em acordo anterior, firmado com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

A delação realizada pelo empresário José Ricardo Arruda, que foi anexada ao processo da Sevandija há duas semanas, indica a compra de veículos por parte de Wagner Rodrigues, em suposto esquema com o advogado Sandro Rovani - à época, advogado do sindicato.

Rodrigues utilizaria créditos de Rovani com o empresário para adquirir automóveis. Os créditos seriam provenientes de repasses de cheques do escritório de Maria Zuely Librandi para Arruda. O Gaeco acredita que essa tenha sido uma forma de lavagem de dinheiro dos esquemas de corrupção investigados na Sevandija.

A advogada de Dárcy, Maria Cláudia de Seixas, acredita que a nova delação atinge diretamente a colaboração de Wagner Rodrigues. Essa delação, a primeira da Sevandija, foi peça-chave, segundo o Gaeco, para as investigações apontarem a participação de Dárcy, condenada a 18 anos e nove meses de prisão, por supostamente participar de esquema de liberação dos honorários advocatícios de Maria Zuely, em troca de propina.

“Com essa delação, foi descoberto que Wagner Rodrigues mentiu. Agora, temos de aguardar qual postura que o juiz vai adotar. Com relação à Dárcy, nós entramos pedindo a soltura e abrimos prazo para aditar as nossas razões de apelação para incluir esse fato relevantíssimo”, explica a advogada, que aponta que o fato demonstra que ele mentiu no acordo celebrado com o Ministério Público, ainda em 2016.

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Na semana passada, a reportagem do Portal Revide mostrou que as defesas de outros condenados na Operação Sevandija desejam solicitar a anulação da delação premiada de Wagner Rodrigues, justamente pelo conflito das informações prestadas dos dois colaboradores.

O advogado de Wagner Rodrigues, Daniel Rondi, informou que a nova delação precisa apresentar provas da participação do sindicalista na aquisição dos automóveis. “Eu tenho a preocupação de, às vezes, se aproveitar de uma situação. Por exemplo: ‘já que os carros estão no meu nome, vou falar que é do Wagner’. Tem que provar isso. Igual ao Wagner fez. Disse como era, indicou documentos, falou como funcionava. Fez prova. Ele não é imune à Justiça. Ele vai responder pela acusação que tiver”, comentou.

 


Foto: Julio Sian/ Arquivo Revide

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