Além de Ribeirão Preto, corte de gastos nas prefeituras se proliferam pelo Estado
Além de Ribeirão Preto, corte de gastos nas prefeituras se proliferam pelo Estado

Além de Ribeirão Preto, corte de gastos nas prefeituras se proliferam pelo Estado

Em Ribeirão, prefeito apresentou decretos para enxugamento da máquina pública; outros municípios do Estado passam por dificuldades no orçamento e apresentam medidas similares

Medidas similares às apresentadas pelo prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), para contenção dos gastos públicos, também têm sido tomadas por outros prefeitos tucanos no Estado de São Paulo, como suspensão de pagamentos de contas anteriores a 2017 e redução no número de cargos em comissão.

Em Santo André e São Bernardo do Campo, na região do ABC, e São José dos Campos, no Vale do Paraíba, municípios com população entre 600 mil e 800 mil moradores, os prefeitos Paulo Serra, Orlando Morando e Felício Ramuth, respectivamente, apontaram que receberam os municípios com dívidas e pouco dinheiro em caixa, e por isso teriam de realizar cortes.

Em Santo André, o prefeito Paulo Serra, que afirmou ter recebido a cidade com apenas R$ 300 mil em caixa, decretou a suspensão por 90 dias dos pagamentos da gestão anterior – em Ribeirão Preto a suspensão é por 60 dias -, além disso, o andreense apontou que é necessário a diminuição de 40% dos cargos em comissão – em Ribeirão, são 20% apontados pelo Executivo.

Na vizinha São Bernardo, o prefeito Orlando Morando apontou 10 medidas para enxugamento dos gastos – em Ribeirão Preto foram 25 para início. Por lá, Morando apontou a análise dos pagamentos pendentes dos serviços prestados ao município em 2016, a redução de 30% dos cargos em comissão, e o fim das horas extras a partir de fevereiro – em Ribeirão Preto já está rolando.

Morando também propôs a diminuição de gastos com telefone, energia elétrica e água, com a expectativa de economizar até 15% - em Ribeirão Preto a espera é por reduzir estes gastos em 20% -, e foi além, ao suspender o uso de carros oficiais por parte dele, do vice e dos secretários municipais.

Já em São José dos Campos, Felício Ramuth instalou uma comissão para análise de contratos anteriores a 2017, enquanto isso seus pagamentos estão suspensos, e propôs a contenção de gastos de água, luz e energia elétrica. Por lá, a prefeitura deve R$ 10 milhões só de energia e água.

O economista Rudinei Toneto aponta que as dificuldades de orçamento são uma realidade da maioria dos municípios do País, em razão da crise, mas também por prefeituras terem acreditado que os períodos de aumento de arrecadação seriam permanentes.

“Nestes anos em que a economia esteve mais forte, muitos municípios transformaram ganhos de arrecadação em gasto permanente, o que definiu a capacidade de investimentos nos últimos anos”, apontou Toneto, que alerta que os prefeitos, além de cortarem gastos, precisam pensar em gerar novas receitas.


Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

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