Câmara aprova fim das placas de propaganda eleitoral

Câmara aprova fim das placas de propaganda eleitoral

Em votação apertada, vereadores eliminaram as placas de campanha em imóveis particulares; houve acusação de traição e desrespeito ao combinado

Os vereadores de Ribeirão Preto decidiram que a partir da campanha eleitoral do ano que vem não serão mais colocadas placas de campanhas de candidatos em imóveis particulares.

Por 12 votos favoráveis e dez contrários, a Câmara aprovou, na sessão desta terça-feira, dia 8, um substitutivo a projeto apresentado pelo vereador Cícero Gomes da Silva (PMDB) e que acaba com o instrumento de divulgação. A aprovação foi em primeira votação e o substitutivo será novamente votado nesta quinta-feira, 10.

A aprovação, claro, não contentou a todos. Aliás o resultado teria fugido do combinado. A intenção de parte dos vereadores era rejeitar o substitutivo, que prevê a inexistência de placas e, depois, aprovar o projeto original, com previsão de placas de 80 por 60 centímetros e, em seguida, aprovar uma emenda reduzindo o tamanho para 50 por 40 centímetros.

Na hora da votação, no entanto, a maioria votou a favor do substitutivo e o projeto foi prejudicado. Assim, as placas estão proibidas, desde que mantidos os votos em segunda votação. Em Ribeirão Preto já é proibida, por lei aprovada em 2012, de propaganda eleitoral em muros, assim como os cavaletes colocados em calçadas, proibidos pela legislação eleitoral.

A sessão registrou até algumas acusações. O vereador Coraucci Netto (PSD), por exemplo, queria a manutenção das placas e disse que na reunião, na copa da Câmara, o resultado seria o inverso, 12 a 10 contra o substitutivo.

O autor da proposta original , Cícero Gomes da Silva, defendeu que cada imóvel pudesse ter uma placa apenas, como uma colaboração para se ter uma cidade mais limpa. Com a proibição também não podem ser utilizados os mini outdoors que eram colocados em terrenos e, muitas vezes, sob outdoors.

Mudança de lado

Houve acusação de que o vereador Samuel Zanferdini (PMDB) e a vereadora Viviane Alexandre (PPS) haviam mudado de posição na hora de votar. Viviane admitiu que mudou de ideia, por uma questão econômica. “Tem candidato que pode colocar mil placas e candidato que não consegue colocar dez, por causa do custo”, afirmou.

Já Zanferdini disse que não houve acordo para a votação. “Na reunião ficou combinado que cada um votaria como quisesse. E até houve uma contagem em que a maioria votaria contra o substitutivo, mas o resultado foi outro”, comentou o vereador.

Tanto Zanferdini quando Capela Novas (PPS) afirmaram que muitos candidatos pagam para colocar a placa nas casas. “Encarece a campanha em 300%. Se fosse aprovada a colocação de placas, amanhã já teria candidato comprando espaços”, disse.

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Guto Silveira
Fotos: Viviane Mendes

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