Em São Paulo, manifestantes protestam contra Michel Temer

Em São Paulo, manifestantes protestam contra Michel Temer

Ato em Brasília também reuniu cerca de 200 pessoas contra o presidente em exercício; protestos cobraram presença de mulheres e negros no ministério

Milhares de manifestantes fizeram na tarde de hoje (15) uma caminhada pela Rua da Consolação, em São Paulo, contra o presidente interino Michel Temer (PMDB). Eles se reuniram na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, por volta das 14h e, às 15h20, saíram em caminhada até a Praça Roosevelt, no centro da capital paulista, onde chegaram por volta das 17h.

A Polícia Militar não informou o número de manifestantes. Os organizadores, no entanto, estimaram a presença de 10 mil pessoas. O ato, até as 17h20, transcorreu de forma pacífica. Depois de se reunirem na Praça Roosevelt em assembleia, eles decidiram voltar para a Avenida Paulista, em caminhada, e encerrar o ato no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

“O ato hoje é em repúdio à entrada de Michel Temer porque achamos que o governo de Dilma Rousseff (PT) era um governo legítimo, que entrou pelo voto direto. Achamos que o processo de impeachment tem inúmeras ilegalidades. O Michel Temer deveria estar inelegível por oito anos. Ele é um político ficha-suja”, disse Luiz Dantas, organizador do ato e membro do Coletivo Frente pela Democracia.

O protesto também teve apoio dos movimentos União Brasileira das Mulheres e da Marcha Mundial das Mulheres, que lideraram a caminhada. Durante o trajeto, os manifestantes gritaram “Fora Temer”, e “Não tem arrego” e palavras de apoio a Dilma. Muitos deles seguravam faixas de Fora Temer. Alguns políticos participaram da marcha, como o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP).

Equipe ministerial

Além de protestar contra o processo de impeachment, que afastou a presidente Dilma Rousseff por até 180 dias, Dantas disse que o ato também protesta contra a falta de mulheres e de negros no atual ministério – anunciado por Temer na semana passada. “Não vemos negros, não vemos mulheres e isso é um retrocesso”, disse.

Eles também protestam contra a extinção de alguns ministérios por Temer. “Michel Temer não foi eleito. Então, se a Dilma não volta por conta desse processo de impeachment, então que se tenha novas eleições e que o povo decida quem ele quer”, acrescentou Dantas.

Em um jogral, repetido por todos os manifestantes antes do início da caminhada, os manifestantes gritaram “Fora Temer” e disseram que não vão aceitar o que chamaram de eleições indiretas. “Não aceitaremos eleições indiretas feita pelos deputados e apoiada pelos senadores”, cantaram os manifestantes. “Eleições diretas. Poder ao povo. Fora Temer”, gritaram.

O presidente interino Michel Temer está em sua residência, no Alto de Pinheiros, desde sábado, 14. Neste domingo, 15, por volta das 10h, ele deixou sua residência para um destino não informado e só voltou para sua casa por volta das 14h, sem falar com a imprensa. A previsão é que Temer permaneça em casa e volte para Brasília somente nesta segunda-feira, 16, pela manhã.

Protesto em Brasília

Cerca de 200 manifestantes contrários ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) protestaram pela contra o presidente interino Michel Temer em frente ao Palácio do Planalto.

No protesto, que teve seu auge por volta das 11h da manhã, pessoas ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), à União Nacional dos Estudantes (UNE) e artistas locais gritaram palavras de ordem como “Fora Temer” e músicas como “Ai, ai , ai , ai , empurra o Temer que ele cai”.

Eles também protestaram contra o fim do Ministério da Cultura e interditaram por cerca de 20 minutos uma via em frente à Praça dos Três Poderes. A via foi desobstruída pela Polícia Militar que não registrou nenhum incidente durante o ato.

Redes sociais

Na convocação feita nos últimos dias pelas redes sociais, mais de 17 mil pessoas confirmaram presença no evento. A Polícia Militar fechou todo o Eixo Monumental, via de acesso ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional, já nas primeiras horas da manhã, mas a via foi logo liberada.

Foto: Paulo Pinto/ Agência PT

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