Entre as delações homologadas por Cármen Lúcia, há a citação a Nogueira
STF homologa delações de 77 diretores da Odebrecht, entre elas a que cita possíveis pagamentos, entre 2010 e 2014, ao prefeito de Ribeirão Preto
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou as 77 delações da Odebrecht, que, de acordo com o tribunal, segue ainda nesta quarta-feira, 30, para a Procuradoria-Geral da República. Entre as delações homologadas está a do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que vazou em dezembro, e cita, entre outros, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB).
Cármen Lúcia decidiu por manter em sigilo o conteúdo homologado nesta segunda-feira, porém parte dele já havia vazado em dezembro. Os documentos também citam o presidente Michel temer (PMDB), assessores da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) e o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB).
No depoimento, Cláudio Melo Filho aponta que Nogueira seria o “Corredor”, da planilha de pagamentos da Odebrecht, e que a empreiteira teria pago R$ 650 mil ao então deputado federal entre os anos de 2010 e 2014, o que é negado pelo prefeito, que diz que todas as doações que recebeu no período foram declaradas e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em dezembro passado, ele havia dito que as acusações não tinham fundamento, já que como líder da oposição ao governo de Dilma Rousseff, não teria fundamento receber doações para defender o interesse da empresa junto a estatais.
Além disso, o prefeito ainda lembrou que, enquanto deputado, não fez parte da Comissão de Minas e Energia, no período que a Odebrecht teria interesse em participar de projetos ligados ao setor de energia, já que na delação do ex-diretor ele diz que procurou Nogueira para que defendesse o processo licitatório das usinas do Rio Madeira.
Foto: Ibraim Leão
