Escolhido de Temer para o STF, Alexandre de Moraes coleciona declarações polêmicas
Escolhido de Temer para o STF, Alexandre de Moraes coleciona declarações polêmicas

Escolhido de Temer para o STF, Alexandre de Moraes coleciona declarações polêmicas

Em setembro do ano passado, quando participava, em Ribeirão Preto, de uma campanha do prefeito Nogueira, Moraes adiantou um suposto vazamento da Lava Jato

Após ser indicado na segunda-feira, 6, pelo presidente Michel Temer para ocupar a vaga deixada por Teori Zavaski (que morreu em janeiro) na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morares tirou licença, pelo prazo de 30 dias, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Para que não haja mistura com as questões do Ministério, o ministro se afastará até a sabatina do Senado. O afastamento foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, 7. O secretário-executivo, José Levi, irá assumir temporariamente o cargo.

Em sua trajetória na carreira pública, Moraes se envolveu em várias polêmicas, sendo que uma das mais emblemáticas aconteceu em Ribeirão Preto, no dia 25 de setembro do ano passado, durante evento de campanha de Duarte Nogueira (PSDB) à prefeitura do município. Na ocasião, ao ser interpelado por integrantes do Movimento Brasil Limpo (MBL) sobre a Lava Jato, o ministro da Justiça, sem se atentar para o protocolo do cargo, anunciou que uma nova fase da Operação seria deflagrada através de mais ações da Polícia Federal. “Pode ficar sossegado. Nós estamos dando apoio total à Lava Jato. Tanto que falam, falam, e você vê que quinta teve uma, sexta teve outra. Essa semana vai ter mais. Podem ficar tranquilos”, disse Moraes na ocasião. 

Leia mais: Confira o vídeo em que o ministro da Justiça antecipa ação da Lava

No dia seguinte à declaração do ministro, o ex-prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci Filho, foi detido por agentes da PF, na Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato.

Na época, a fala de Moraes gerou repercussão negativa para o governo, que, desde o início do mandato, já vinha sendo acusado de usar politicamente a Lava Jato. Como consequência, o ministro chegou a ser convocado para prestar esclarecimentos ao presidente. Além disso, foi aberto um pedido de convocação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que depois foi arquivado.

Em sua defesa, o ministro negou que tivesse adiantado ações da PF, alegando que a declaração ocorreu porque houve operações desde que ele assumiu o cargo.

Lava Jato

Se for aprovado pelo Senado, Moraes não herdará a relatoria dos processos relacionados à Operação Lava Jato na Corte. Isso porque, na semana passada, o ministro Luiz Edson Fachin foi sorteado novo relator.

No entanto, Moraes deverá ser o revisor dos processos da Lava Jato no plenário do STF e ocupará a Primeira Turma, composta pelos ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e Marco Aurélio.

Além de Temer, outros presidentes indicaram um auxiliar para o STF. Em 2002, Fernando Henrique Cardoso indicou Gilmar Mendes. Já Lula, em 2009, escolheu Dias Toffoli para o cargo.


Antonio Cruz/ Agência Brasil

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