Manifestantes realizam ato em favor do governo Dilma no Centro de RP
Representantes de movimentos sociais classificam como golpismo protesto que pedem impeachment da presidente
Cerca de 300 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, participaram de manifestação em prol do governo federal na tarde desta quinta-feira, 20, em Ribeirão Preto, em frente ao Theatro Pedro II. Regidos aos gritos de “Fica Dilma” e “volta Lula”, os participantes do ato disseram que defendem a democracia, já que consideram os pedidos de impeachment para a presidente Dilma Rousseff (PT) como tentativa de golpe.
Estiveram presentes representantes de movimentos sociais, como MST, sindicatos, entidades estudantis e políticos do Partido dos Trabalhadores, como os vereadores ribeirãopretanos Beto Cangussú e Jorge Parada, e o vereador francano Márcio do Flórida.
Em discurso, Beto Cangussú pediu vaias a Rede Globo, por considerar a emissora favorável ao impeachment da presidente. Os manifestantes também se puseram contra o reajuste fiscal, proposto pelo próprio governo petista para reavaliar as finanças do País, e o corte de benefícios trabalhistas, proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quando assumiu o cargo, no fim de 2014.
Mas o tema não é unanimidade entre os políticos petistas, enquanto os vereadores de Ribeirão Preto se mostraram contra essas ações, Márcio do Flórida apoia o governo.
“Algumas medidas tem que ser tomadas mesmo que contrarie o histórico do Partido dos Trabalhadores. Mas ser governo é ter responsabilidade com a sociedade civil. Se essas medidas servem para salvaguardar os investimentos sociais que o governo não abre mão, tem que ser feito. Não há alternativa, mesmo que sacrifiquemos uma bandeira nossa, mas o bem maior vem a longo e médio prazo”, afirma.
Durante o protesto não houve atritos, mesmo com muitas pessoas que passavam pela esplanada do Theatro Pedro II contrárias ao governo do PT. Porém, aconteceu uma rápida discussão entre dois homens, que passavam pelo local, pois um deles gritou “Fora PT” e um partidário do governo reagiu ás palavras.
Coxinha e feira de produtos sem agrotóxicos
Os manifestantes distribuíram cerca de 4 mil coxinhas para quem passava no local da manifestação. O salgado foi escolhido por fazer referência ao apelido dado a alguns manifestantes que participaram de protestos pelo impeachment da presidente, como o do último domingo, 16. Isso porque, acreditam que essas pessoas não têm o hábito de se manifestar politicamente fora dos períodos eleitorais ou de grandes protestos.
No protesto, também foi montada uma feirinha de produtos sem agrotóxicos, que dividiu a atenção de quem protestava. A empresária Themis Aidar, que foi para participar do ato, voltou para casa com algumas verduras compradas na feirinha, mas, não deixou a manifestação de lado.
“Acho que tem que se manifestar. A população têm que mostrar porque votou em um candidato, e eu sou eleitora do PT. A democracia veio para isso, para se manifestar”, acredita a empresária.
O produtor rural e feirante José Aparecido de Aguiar, do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), foi um dos criadores da feirinha, que também serve para ajudar na renda da família.
“Eu acho ótimo, porque os latifundiários querem nos derrubar, então nós temos que nos manifestar, já que eles estão se manifestando batendo panelinha, nós vamos mostrar que temos comida para encher as panelas vazias deles”, afirma Aguiar com bom humor.
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Leonardo Santos (colaborador)
