Há mais de 10 anos, Sertãozinho aguarda por inauguração de nova Câmara Municipal
A promessa do Legislativo é de que o prédio possa ser usado a partir de junho deste ano
Enquanto Ribeirão Preto ainda vive a indefinição para conclusão do prédio anexo da Câmara Municipal, a cidade de Sertãozinho enfrenta situação parecida. Desde 2007, é aguardada a inauguração do novo prédio do Legislativo, que tem nova data para ser entregue em junho de 2018.
A promessa é da atual presidente da Câmara Municipal de Sertãozinho, Márcia Perassi (PSDB), que diz que alguns ajustes ainda precisam ser feitos. Estão previstos ainda para os próximos meses licitações para a reforma das calhas, forros, pintura e limpeza do local.
“Um dos nossos objetivos quando assumimos foi concluir a obra do prédio. Na verdade, as construções públicas são burocráticas, e essas coisas são demoradas. No ano passado fizemos licitações, mas elas foram interrompidas, e isso contribui para a demora. Esse ano vamos concluir e entrar no prédio da Câmara”, afirma a presidente.
O prédio já consumiu cerca de R$ 10 milhões, de acordo com a Amigos Associados de Sertãozinho (Amasert). Quando lançado o projeto, em abril de 2007, pelo então presidente da Câmara, Nanico Mazer (PTB), os custos estimados eram de R$ 1,8 milhão. Recentemente, a Câmara teve de gastar mais R$ 1 milhão para instalação de novas tubulações para a instalação do ar-condicionado.
A Amasert protocolou uma ação civil-pública junto ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) no último ano. A associação aponta que houve irregularidades nas obras, como um suposto desvio de R$ 1,3 milhão. Esse dinheiro seria referente ao valor de equipamentos adquiridos que ainda não foram instalados, como um elevador de acessibilidade, além de ter sido apontado erros no projeto.
Atualmente, o processo aguarda que os responsáveis pela empresa sejam localizados. O Portal Revide tentou entrar em contato com a construtora, porém o telefone disponível não funciona mais.
“Multiuso”
No último ano, a Câmara Municipal de Sertãozinho instalou uma comissão para fiscalizar a mudança de prédio. Um dos vereadores membros da comissão, Paulo Kroll (PSB), avalia que os custos mensais do novo prédio serão em torno de R$ 30 mil, quantia semelhante ao valor pago pelo aluguel do prédio onde atualmente funciona o Legislativo, que teve o contrato renovado por pelo menos seis meses.
Ele acredita que o valor, além do que já foi gasto, é válido, isso porque, aponta que o novo espaço oferecerá mais comodidade para a população, pois, apenas o plenário, receberá até 400 pessoas, além de servir de espaço para receber ações culturais, e até uma biblioteca.
“Aqui tem a possibilidade para por 35 vereadores, é para muitos anos. Nós passamos por uma situação, lógico que recebemos críticas da população, mas ficou um prédio muito bom e com uma ótima estrutura. Primeiro queremos fazer isso funcionar. Esse prédio foi construído para ser consumido pela população, um prédio multiuso”, disse o vereador.
Foto: Leonardo Santos
