Servidores municipais protestam na prefeitura e podem aprovar greve

Servidores municipais protestam na prefeitura e podem aprovar greve

Assembleia que pode decidir pela paralisação está marcada para esta quinta-feira, 8; secretário admite não ter dinheiro para 13º salário

Cerca de 50 servidores municipais de Ribeirão Preto fizeram na manhã desta quarta-feira, 9, um protesto na prefeitura em função do não pagamento da primeira parcela do 13º salário pela Administração Municipal. Na noite anterior, o grupo foi à Câmara pressionar pela aprovação de um projeto que suplementa o Orçamento para permitir o pagamento dos servidores em dezembro. Dois projetos, que suplementam em mais de R$ 50 milhões o orçamento, foram aprovados.

No palácio Rio Branco eles foram recebidos pelo secretário de Governo, Marcus Berzoti, que está respondendo pela prefeitura, porque cidade está sem chefe de Executivo. A prefeita Dárcy Vera (PSD) está presa desde o último dia 2 deste mês e afastada de suas funções públicas e o vice-prefeito, Marinho Sampaio (PMDB), renunciou ao mandato para o qual foi eleito para não assumir o cargo.

“Viemos pressionar para que a prefeitura priorize o pagamento dos servidores, mas o secretário não confirmou que irá pagar nosso 13º e o salário de dezembro”, disse Caio Cristiano, servidor que participou da manifestação.

O ato não contou com representantes do Sindicato dos Servidores Municipais, cujo presidente afastado Wagner Rodrigues é acusado de também receber propina paga pela ex-advogada do Sindicado Zuely Alves Librandi, que também está presa. “O sindicato está muito desagastado politicamente e a categoria está se organizando por conta própria”, disse Caio Cristiano.

Berzoti explicou que o que foi aprovado na Câmara foi uma suplementação de verbas porque o reajuste de 11% dos servidores deste ano não estava previsto no Orçamento, mas foi claro ao afirmar que a Administração Municipal não tem dinheiro para pagar o 13º salário e está juntando recursos para a folha de pagamento de dezembro, a ser feito no final do mês. "A aprovação criou condições legais para o pagamento. Sem a aprovação, mesmo que a prefetura tivesse dinheiro não poderia pagar".

Prioridades

O secretário garantiu que as prioridades neste momento são o pagamento dos servidores, da empresa Estre Ambiental, que coleta o lixo da cidade, o hospital Beneficência Portuguesa e Santa Casa, porque há risco de paralisação da coleta de lixo em função dos atrasos.

“Devemos R$ 50 milhões para a empresa. Ao menos algum valor a gente tem que negociar, porque eles podem parar. E a coleta de lixo paralisada prejudica a toda a cidade, não apenas os servidores”, disse Berzoti. Segundo ele a soma da folha de pagamento de dezembro e do 13º salário, com encargos, chega a R$ 120 milhões e que não há esse dinheiro em caixa.

Ele também concordou com uma servidora que acusou a prefeitura de não planejar. “Houve, sim, falta de planejamento. Tenho que concordar. Mas isso já passou e temos que resolver o problema de agora”, afirmou Berzoti. Assegurou também que jamais mentirá aos servidores sobre a situação, por ser um servidor de carreira, como eles.

Possível greve

Ao final do ato, os servidores conclamaram os colegas a divulgarem a assembleia desta quinta-feira, 8, às 18h, em frente ao sindicato dos Servidores, para deliberarem sobre uma possível greve geral para exigir o pagamento imediato do 13º salário. “Temos que ir todos. Não adianta 50 decidir por 10 mil”, disse uma servidora.


Foto: Guto Silveira

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