Vereadores vestem camisa da greve e aumentam tom com Prefeitura

Vereadores vestem camisa da greve e aumentam tom com Prefeitura

Oposição fala grosso contra Executivo; vereador do PSDB pede para que se “encontre uma solução”

Os servidores municipais de Ribeirão Preto mais uma vez foram até a Câmara Municipal para pedir apoio dos vereadores e abrir negociações com a prefeitura com relação aos reajustes salariais. Na sessão, houve parlamentar que até vestiu a “camisa da greve”, literalmente, para demonstrar apoio, além de falar duro com o governo do prefeito Duarte Nogueira (PSDB), enquanto vereadores tucanos apenas observavam as exaltações.

O Sindicato dos Servidores Municipais protocolou nesta quinta-feira, 6, um ofício em que pede a anuência da prefeitura para ajuizar pedido de dissídio coletivo no Tribunal de Justiça de São Paulo. Além disso, o documento, que foi levado à Câmara, foi assinado pelos vereadores, que atacaram o prefeito Duarte Nogueira.

Enquanto o ex-vice-prefeito na gestão Dárcy Vera, Marinho Sampaio (PMDB), disse que o pai do atual prefeito não concordaria com o andamento das negociações, já que de acordo com ele, Nogueira não tem aberto a discussão com o funcionalismo municipal, teve vereador que até vestiu uma camiseta em defesa da greve, distribuída em plenário aos políticos, para demonstrar apoio ao movimento.

Como foi o caso de Adauto Marmita (PR), Orlando Pesoti (PDT) e Otoniel Lima (PRB), que justificou a medida dizendo que a culpa do sucateamento do serviço público no município não é dos servidores, e sim das administrações que passaram pelo Palácio Rio Branco.

“A cidade está há anos nesta situação, como se a culpa fosse dos servidores. O problema não são eles. Não podemos virar as costas ao funcionalismo, e por isso visto esta camisa, para que se ache uma solução e a cidade volte a funcionar. É inadmissível que se queira jogar a culpa. Não podemos aceitar este tipo de posição”, bradou Lima.

O vereador Bertinho Scandiuzzi (PSDB), único tucano a ficar no plenário até o fim da sessão, não defendeu a posição do governo no mesmo tom dos ataques, e pregou pelo encontro de uma solução.

“Eu fico até o fim, eu acho que nós temos que respeitar os servidores, e para isso nós estamos aqui para representar o povo, e o servidor faz parte do povo. Eu fui sempre respeitador do servidor e da população, nós entendemos que o diálogo tem que ser aberto. Vamos conversar para chegar a um acordo. Estou sempre disposto a estar com os servidores, porque nós queremos o bom andamento da situação. Estou muito preocupado com os problemas que enfrentamos”, comentou Scandiuzzi.

‘Contra-ofício’

Enquanto o Sindicato dos Servidores protocolou um ofício cobrando que a prefeitura proponha o dissídio coletivo, a administração respondeu com outro ofício dizendo que “o Poder Público não tem discricionariedade para conceder aumentos nos vencimentos além do erário [...] Para qualquer destinação, é preciso uma lei. Hoje, a Lei de Responsabilidade Fiscal limita a capacidade remuneratória de qualquer ente estatal”, além de reforçar que confia no Poder Judiciário.


Foto: Aline Pereira

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