Elas também lutam

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Apaixonadas pelas artes marciais, meninas estão descobrindo no boxe chinês uma maneira de relaxar e se exercitar

Texto: Mariana Secaf
Fotos: Ibraim Leão

Elas não ligam de cair no tatame ou de ter alguns hematomas pelo corpo. Apaixonadas pelas artes marciais, descobriram no boxe chinês uma maneira de relaxar e se exercitar.

Uma excelente técnica de defesa pessoal para homens e mulheres, o boxe chinês também traz grandes benefícios aos seus praticantes, como maior agilidade, resistência e disciplina. Foi por esses motivos e pela curiosidade de aprender mais sobre a modalidade que Camila Quirino, de 17 anos, inscreveu-se na prática. A arte milenar traz consigo toda a história e longevidade da China. “Já tinha feito karatê e taekwondo. Quando comentei sobre o boxe com o meu pai, ele me apoiou, pois era uma maneira de aprender a me defender sozinha”, declara a aluna Camila, que pratica o boxe chinês há sete meses e já sentiu sua evolução.

O professor e lutador Matheus Caitano de Souza explica que, com o tempo, muitos esportistas se apaixonam pelo esporte e passam a competir. Para ele, a prática significa muito mais do que uma forma de garantir a saúde do corpo, reflete um estilo de vida.

A atleta Aline Nakamura é um exemplo disso. A jovem começou a lutar pelos benefícios físicos do esporte e se apaixonou, começando a participar de diversos torneios. “O boxe chinês melhora a desenvoltura dos praticantes, a autoestima e a autoconfiança”, acrescenta Matheus, que luta desde os nove anos e acumula cinco títulos do campeonato brasileiro, um vice-campeonato sul-americano e um campeonato mundial, conquistado no Canadá, em 2009.

O boxe chinês exige muitos movimentos que ajudam a desenvolver braços, abdômen, pernas e coxas, sendo, portanto, uma atividade esportiva bem completa. Além disso, a modalidade pode ser praticada por pessoas de qualquer idade. “O importante é o aluno se dedicar duas ou três vezes por semana para obter um resultado satisfatório e não se sentir sobrecarregado”, aconselha o professor.

Apesar de ainda haver preconceito e muitas pessoas que classificam o boxe como um esporte masculino, Camila acredita que a visão geral já mudou. “Meus amigos acham legal a minha escolha e me apoiam. O mais importante é entender que a arte marcial é um esporte e não deve ser utilizada para brigas”, conclui a atleta. Uma excelente técnica de defesa pessoal para homens e mulheres, o boxe chinês também traz grandes benefícios.

O BOXE CHINÊS

O Boxe Chinês, parte integrante do Kung Fu, consiste em uma luta de contato em que são utilizados socos, chutes, projeções e quedas. A arte marcial possibilita o desenvolvimento do raciocínio rápido, perda de peso, ganho de massa muscular acelerado, relaxamento mental; aprimoramento de laços sociais; aumento de resistência corporal e aumento de confiança.

Os historiadores acreditam que o boxe chinês iniciou-se quando as lutas corporais se tornaram uma prática popular na China, séculos atrás. No início, não existiam regras e as lutas terminavam sempre com ferimentos graves ou a morte de um dos lutadores. Com o tempo, o boxe chinês se transformou em um esporte, com regras, equipamentos de proteção e técnicas de finalização, como chaves, estrangulamentos, cabeçadas, entre outros golpes. Dessa forma, as lutas adquiriram um formato mais dinâmico e menos violento, reduzindo os riscos de lesar o adversário. Hoje, os atletas podem lutar nas modalidades Sanshou e Sandá. É a parte voltada para o combate nas competições de Wushu (Kung fu).

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