Eu ganho mesada

Eu ganho mesada

Ganhando mesada, jovens começam a administrar e a entender de economia

Controlar o dinheiro para sair, guardar uma quantia para comprar as roupas desejadas e evitar ficar sem dinheiro na primeira quinzena do mês. Com muito jogo de cintura, adolescentes aprendem a cuidar de suas mesadas e desenvolvem o hábito de economizar parte dela.

Para Anderson Salvador Romanelli, economista e coordenador do curso de Economia do Moura Lacerda, é muito importante inserir a educação financeira no dia a dia das crianças e dos adolescentes. “O dinheiro faz parte da vida de todos e se preocupar com isso, desde cedo, ajuda na administração das despesas e das receitas no futuro”, complementa.

A jovem Bianca Quintino, de 13 anos, ganha seu próprio dinheiro desde os oito. “Comecei a dar uma mesada para ela aprender a se controlar, saber quanto custa cada produto. Deu certo”, declara Elide Galvão de França, mãe da adolescente, que acredita que a atitude impõe limites aos jovens. Bianca ganha seu dinheiro uma vez por mês, verba que usa para ir ao shopping, comer lanches, entre outros programas. Extremamente controlada, a estudante costuma guardar uma parte do seu dinheiro na poupança para usos futuros.

O mesmo acontece com Giovana Pereira Magurno, de 13 anos, que gasta 50% da mesada e guarda o restante. Para a jovem, o mais difícil é administrar as despesas. A amiga concorda e acrescenta que, no período de férias, fica mais complicado controlar. “Já aconteceu de eu gastar todo o meu dinheiro antes do tempo e ficar sem um real para sair. Fiquei em casa”, lembra Bianca.

Conforme explica Anderson, não existe um valor mínimo a se poupar, mas todos têm condições de economizar. Basta ter disciplina. “O segredo é a pessoa ter um objetivo final e estipular um prazo para a economia”, explica o especialista, que acha importante incluir os filhos nas atividades rotineiras de compra. Assim, é possível que eles se habituem com o tema. De acordo com o economista, a ida ao supermercado em família pode ser um grande aprendizado, mostrando para as crianças e adolescentes quanto custa uma compra mensal, quais são as prioridades e os truques de economia.

Ao contrário das adolescentes, Felipe Costa Machado, de 14 anos, tem menos controle do seu dinheiro. O estudante ganha uma quantia semanal da sua mãe e assume que, quando acaba o dinheiro, ele pede mais. Apesar disso, o adolescente costuma guardar dinheiro para comprar o que quer. O cofrinho é outro mecanismo utilizado por Felipe para poupar parte do dinheiro ganho. No objeto, ele guarda a maioria das moedas que consegue e, posteriormente, usa o valor arrecadado para outros fins.

Quando o jovem está no vermelho, é muito importante que os pais o ajudem a encontrar o equilíbrio novamente. “A família tem que mostrar que ele agiu de forma compulsiva com o dinheiro. Um caminho é emprestar o dinheiro, mas no mês seguinte cobrar juros, para ele perceber onde falhou. Da mesma forma, é muito interessante dar um bônus para o estudante que aprendeu a guardar dinheiro”, conclui Anderson.

Dicas do Profissional
1. Quando a educação financeira não é oferecida pelos pais, busque dados em sites como o do Banco Central e outras instituições, que disponibilizam cartilhas para jovens conhecerem melhor o assunto

2. Faça um planejamento financeiro através de anotações em caderneta ou até mesmo no Excel. É importante colocar todos os gastos e se programar para guardar um percentual de 10% a 20%. Faça o controle das receitas para equacioná-los e, assim, atingir os objetivos. Essa parte é a mais importante, pois é selecionado aonde economizar para guardar dinheiro.

3. Estipule um prazo para o seu objetivo.

4. Depois que economizou, opte por uma aplicação bancária, através das poupanças. Caso tenha uma quantia maior, informe-se sobre outros tipos de aplicações, como a bolsa, com a supervisão de responsáveis.

Texto: Mariana Secaf
Fotos: Ibraim Leão, Carolina Alves e Júlio Sian

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