O amor e o tempo
Apesar dos anos de convivência, o encanto permanece na relação do casal. A admiração e o respeito são fundamentais para uma história duradoura e feliz
Texto: Mariana Secaf
Fotos: Júlio Sian
Muitos historiadores relatam que o Dia dos Namorados teve origem em um festejo romano, a Lupercália. Na Roma Antiga, quando os lobos vagavam próximos às casas, o deus romano Lupercus era invocado para manter os animais distantes. Para agradecer, no dia 15 de fevereiro era oferecido um festival em honra a Lupercus. Nessa ocasião, era costume colocar os nomes das meninas romanas escritos em pedaços de papel e colocados em frascos. Cada rapaz retirava o seu papel e a menina escolhida deveria ser sua namorada naquele ano.
No Brasil, há controvérsias sobre o surgimento da data. Alguns atribuem a comemoração a uma promoção pioneira da loja Clipper, realizada em São Paulo, em 1948. Outros dizem que o Dia dos Namorados foi introduzido, em 1950, pelo publicitário João Dória, que criou um slogan de apelo comercial: “Não é só com beijos que se prova o amor”. A intenção de Dória era criar o “Valentine’s Day” brasileiro. Festejado no dia 12 de junho, pela influência religiosa, o Dia dos Namorados no Brasil foi escolhido como uma forma de homenagear Santo Antônio, o santo casamenteiro, festejado no dia 13 de junho. A data é uma das mais importantes no calendário do comércio e serve de estímulo para que os relacionamentos mantenham o romantismo.
O casal Paulo Henrique e Luciana Marques de Oliveira não deixa a data passar em branco e costuma fazer um programa para comemorar uma data tão especial. Casados há 13 anos, Paulo Henrique e Luciana acreditam que é essencial manter o romantismo e o namoro no matrimônio. Para isso, reservam alguns dias do mês para os dois e têm um calendário de viagens a sós.
O advogado e a empresária, proprietária da loja Felice Bambini, se conheceram através de amigos em comum, na época da escola e estão juntos há 17 anos. Hoje, dividem o papel de pais, a vida profissional e o relacionamento familiar. Para Luciana, aconteceram muitas mudanças desde a época em que foram eram namorados. “Ganhamos novas responsabilidades como cuidar da casa e da filha. Muita coisa melhorou nas nossas vidas, como por exemplo, a possibilidade de compartilhar as viagens, o lazer e até mesmo a valorização dos momentos que passamos juntos”, explica a empresária.
Paulo Henrique e Luciana também consideram importante compartilhar as atividades cotidianas. “Sempre que possível, almoço em casa e busco minha filha nas atividades. A convivência familiar consolida o nosso relacionamento conjugal “, afirma o advogado, satisfeito por morar em uma cidade do interior e poder desfrutar desses momentos.
Para o casal, hoje em dia falta compromisso para os jovens que não têm pretensão de levar os relacionamentos a sério. “Eles entram no casamento já pensando que, se não der certo, vão se separar. O relacionamento já começa sem ambição. Para dar certo, é necessário ter os mesmos sonhos e o comprometimento”, observa Paulo Henrique. A sua esposa, Luciana acrescenta que a família é a base para o desenvolvimento de qualquer pessoa.
O respeito é o segredo do relacionamento do casal. No dia a dia, cada um procura prestar atenção no espaço do outro ao mesmo tempo em que se complementam nas diversas atividades da vida profissional e particular. “Acho importante ter um espaço individual para fazer o que gosto, tranqüilo. Mas também é necessário tomar muitas decisões em conjunto, como por exemplo, a educação da Gabriela”, afirma Paulo Henrique.
Quando questionados sobre referências no casamento, o advogado conta que é filho de pais separados e essa experiência mostrou o que ele não queria para o seu relacionamento. “Sempre me empenhei e fiz o que pude para que o relacionamento desse certo”, comenta Paulo Henrique. Já Luciana, considera curioso o relacionamento entre os jornalistas Willian Bonner e Fátima Bernardes. “Eles convivem 24 horas juntos. Lidar com a vida pessoal e profissional ao mesmo tempo deve ser uma tarefa árdua. Ainda mais que um é chefe do outro”, declara a empresária. O casal concorda que qualquer relação estável é digna de admiração e respeito, por ser baseada no compromisso do homem e da mulher.
Quando se conheceram, Paulo Henrique e Luciana tinham um carro em comum, o Passat. O advogado era dono de um automóvel preto, enquanto a empresária possuía um carro branco em perfeito estado. Ainda na fase de conquistas, Paulo Henrique ia buscar Luciana em casa e gentilmente abria a porta para a namorada. A empresária se encantou com o gesto e Paulo Henrique mantinha o cavalheirismo.
Depois de algum tempo, Luciana resolveu sair do carro sozinha e se deparou com uma porta emperrada. O advogado, calmamente deu a volta e, com um jeitinho, abriu a porta do veículo. A empresária, naquele momento, percebeu a causa de tanta pompa de seu futuro marido.
Histórias de Amor
Há muito tempo, o tema é fonte de inspiração para todos. Adão e Eva formaram o primeiro casal que se tem notícia. Desde essa época, os enamorados são os personagens principais de muitas músicas e filmes. Escritores e diretores de cinema encantam a todos pela criatividade com casos de amor, como o “E O Vento Levou”, com Scarlet O’Hara e Rhett Butler; “Grease – Nos Tempos da Brilhantina”, que conta a história amorosa de Sandy e Danny.
O clássico filme Casablanca emocionou gerações com a história de amor impossível entre Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Já Ghost, fez muitos apaixonados chorarem com o relacionamento entre o espírito de Sam e sua esposa, Molly. Os relacionamentos e as histórias de amor fazem parte da vida da maioria das pessoas. Quem consegue se manter apaixonado, continua comemorando o Dia dos Namorados, mesmo depois de anos de casamento.
Atores famosos, como Tarcísio Meira e Glória Menezes, Brad Pitt e Angelina Jolie, Gisele Bundchen e Tom Brady, Angélica e Luciano Huck também servem de referência para os namorados. Entretanto, mais do que a idealização, na vida real, os relacionamentos necessitam de um equilíbrio entre o respeito, o companheirismo, o amor e outros ingredientes.
