Um jeito novo de aprender
No Espaço Maker, os alunos aprendem na prática

Um jeito novo de aprender

Na Escola de Inventor, promover o contato de crianças de 7 a 12 anos com conceitos de ciência, matemática, lógica e engenharia ganha novo sentido

Provavelmente, para quem tem 30 anos ou mais, relembrar os tempos de escola significa passar horas antes das provas decorando datas, localidades ou fórmulas. Nos dias atuais, esse jeito de aprender vem sendo colocado de lado para dar lugar a um novo conceito, em que alunos e professores desempenham outros papéis. Em vez de meros receptores de conhecimento, os estudantes participam ativamente do processo da própria aprendizagem; já os professores perdem o posto de transmissores do conhecimento para serem tutores desse processo. Esse movimento vem se intensificando para acompanhar as transformações do mundo e da sociedade, já tomada pela nova geração, a dos chamados nativos digitais.


Antecipando essa tendência, a Escola de Inventor surgiu para facilitar o acesso das crianças aos principais conceitos de matemática, lógica, engenharia e ciência. “Começamos a desenvolver as bases que norteariam nosso trabalho em 2013. Em julho de 2015, formamos a primeira turma do nosso curso de férias. O sucesso foi tanto que partimos para a elaboração de um curso completo, formado por três módulos semestrais”, relata João Guilherme Camargo, um dos idealizadores da Escola. 


Administrador e cientista da informação, João Guilherme tem ao seu lado a arquiteta e urbanista Livia Fornitano Roveri, que é mestranda da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, e Fábio Luis Javaroni Patton, formado em gestão ambiental. Com áreas de atuação bastante particulares, os três coordenadores têm em comum o gosto pela inovação e a vontade de trabalhar com educação. Para isso, buscaram referências em inúmeros cantos do globo, como no Institute of Play, localizado em Nova Iorque.


O resultado foi o curso chamado Galileu, que possui 18 meses de duração. O primeiro semestre é dedicado à introdução à robótica, programação e cultura maker. O segundo período é voltado ao aprofundamento ao universo da robótica e ao mundo dos sensores. “Aqui, as crianças aprendem, principalmente, a resolver problemas por meio de lógica e da colaboração”, explica Fábio. Na terceira etapa, os aplicativos e a “internet das coisas” (ou Internet of Things, IoT) tomam o centro das aulas. “O objetivo principal do terceiro semestre é permitir que as crianças aprendam a ciência por trás do funcionamento de diferentes sensores e tecnologias”, pontua Livia.


Baseadas em projetos, as aulas são organizadas por meio de perguntas-guia e objetivam solucionar problemas. De 7 a 12 anos — em alguns cursos, a partir dos 5—, os alunos são misturados em sala de aula, em turmas de até 14 pessoas, sempre trabalhando em duplas. Até aqui, entre cursos de férias e completo, já foram atendidas mais de 700 crianças. 


Além dos idealizadores e dos coordenadores, uma equipe de outros seis profissionais garante a qualidade de cada aula. O trabalho desenvolvido vem sendo amplamente reconhecido. Prova disso é o fato de que essa turma já foi procurada por diversos interessados em desenvolver projetos na área. Um deles foi a Fundação Siemens, que possui uma metodologia própria de ensino para crianças em moldes semelhantes e encontrou na Escola de Inventor o multiplicador ideal. Além disso, a empresa ficou em 17º lugar na eleição das 100 open startups mais promissoras do Brasil, sendo a segunda no ranking educacional. “Isso só ajuda a comprovar que estamos no caminho certo”, reforça João Guilherme.


Escola de Inventor
Rua Magda Perona 
Frossard, 770, sala 09
Tel.: (16) 3442.4442
escoladeinventor.com.br

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