Imunoterapia: uma nova abordagem no tratamento do câncer
Imunoterapia: uma nova abordagem no tratamento do câncer

Imunoterapia: uma nova abordagem no tratamento do câncer

O Dr. Adilson Faccio, do Instituto de Radioterapia e Megavoltagem (IRMEV), explica o funcionamento do novo método de tratamento ao câncer

Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 8,2 milhões de pessoas morrem por ano de câncer no mundo. No Brasil, foram registradas quase 200 mil mortes pela doença em 2013. Por ano, são estimados 600 mil novos casos da doença no país. Mas, mesmo com um grande índice, as pesquisas de tratamento para a doença vêm evoluindo cada vez mais com as tecnologias e novas abordagens. Um exemplo disso é a Imunoterapia, tratamento que promove a estimulação do sistema imunológico, por meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica.

De acordo com o oncologista Adilson Faccio, do Instituto de Radioterapia e Megavoltagem (IRMEV), o nosso sistema imunológico é o responsável pela detecção de elementos estranhos do nosso organismo, como bactérias, vírus e fungos e, também, de células doentes que, porventura, possam surgir. “No câncer, esse mecanismo está inibido, o que faz com que o sistema imunológico não reconheça essa célula cancerosa doente. Assim, ele não defende nosso organismo, ou seja, não elimina a célula doente, propiciando que o tumor cresça e se espalhe para outros órgãos, através da corrente sanguínea e linfática”, esclarece Faccio.

Faccio afirma que vários estudos científicos já foram publicados mostrando a eficiência de algumas medicações na inibição das células inibidoras da resposta imunológica, o que reativaria essa resposta e proporcionaria o controle da doença. Algumas dessas medicações já estão sendo utilizadas no tratamento de melanomas – tipo de câncer de pele mais raro e mais agressivo –, bexiga e pulmão e, agora, já estão sendo testadas no câncer de mama e cabeça e pescoço.

O médico explica que a Imunoterapia se configura em uma nova abordagem no tratamento da doença, que poderia ser utilizada após o tratamento padrão (como cirurgia, quimioterapia ou radioterapia), ou mesmo em substituição a esses tratamentos convencionais. “Esses estudos já estão bastante adiantados, necessitando de um maior conhecimento sobre as ações dessa droga, sua eficiência e seus efeitos colateral, antes de serem utilizadas em larga escala na prática clínica. Contudo, essa abordagem via sistema imunológico constitui uma estratégia promissora no tratamento de vários tumores”, finaliza Faccio.


Foto: Pixabay

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