Ministério da Saúde altera serviço de aplicação do DIU
Apenas médicos capacitados podem inserir o método contraceptivo não-hormonal nas pacientes do SUS; aplicação era feita por enfermeiros
O Ministério da saúde alterou o serviço de aplicação do Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse método contraceptivo não-hormonal era aplicado por enfermeiros, mas a partir de agora, passa a ser inserido apenas por médicos capacitados para o procedimento, segundo a alteração publicada em nota técnica pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (APS) nessa sexta-feira, 29.
Conforme consta no documento, a secretaria ressalta que embora o DIU seja um método seguro, é um procedimento invasivo, e que podem ocorrer riscos e complicações como perfuração da cavidade uterina, sangramento, perfuração da bexiga, lesão de alças intestinais e reação vagal.
Por isso, é necessário que o profissional, além de expertise técnica, tenha a capacidade de diagnosticar e tratar as complicações que podem ocorrer na hora do procedimento ou no período após a aplicação do objeto.
“O trabalho dos enfermeiros é fundamental para o funcionamento do SUS e para as ações relacionadas ao planejamento familiar. O objetivo desta nota técnica é apenas aumentar a segurança do procedimento de introdução do DIU e, assegurando às mulheres um atendimento qualificado e responsável”, disse Raphael Câmara, secretário da APS.
Como o DIU também pode ser aplicado logo após o parto, mas é importante saber quais os riscos obstétricos, como ressalta o diretor do Departamento do APS, Antônio Braga Neto.
"A inserção do DIU feita logo após o parto, em mulheres com gravidez de alto risco, evita que novas gestações sejam consignadas e, com isso, minimiza o risco de morte em novas gestações. Dessa forma, devemos ampliar, também, o treinamento dos médicos obstetras para a inserção do dispositivo pós-parto, a fim de garantir que as puérperas já saiam de nossas maternidades com suas vidas protegidas".
Imagem: Laísa Queiroz