Ribeirão Preto está em alerta para aumento nos casos de dengue em 2020
Ribeirão Preto está entre as 134 cidades em alerta para a doença por conta da quantidade de focos

Ribeirão Preto está em alerta para aumento nos casos de dengue em 2020

Em 15 dias, 120 casos já foram confirmados na cidade e outros 580 são investigados

A Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto fez um alerta para o risco de uma escalada nos casos de dengue neste ano na cidade. Com uma média de oito casos confirmados por dia desde o início do ano, o objetivo é aumentar a conscientização para o combate à doença.

Na coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, 16, em que o secretário Municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, confirmou a morte de uma criança de 8 anos que estava com a doença, também foram divulgados os números da dengue nesses primeiros 15 dias do ano.

Já foram 120 casos confirmados e mais 580 notificados que estão em investigação. Em 2016, ano da maior epidemia da doença na cidade, foram confirmados 927 casos na primeira quinzena de janeiro.

Durante a coletiva, a Secretaria Municipal da Saúde disse que está trabalhando além do fluxo normal para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. “As ações desenvolvidas durante todo o ano pelas equipes de Agentes de Combate às Endemias espalhadas pela cidade, consistem em visitas diárias em residências, comércio, indústria, com trabalho de nebulização, identificação de focos (água parada e objetos potenciais) positivos para proliferação do mosquito transmissor da doença, orientações à população, ações educativas em escolas”, comunicou a pasta.

Nos arrastões de limpeza promovidos todos os sábados do segundo semestre de 2019, foram recolhidas cerca de 126 toneladas de criadouros do mosquito. Entre eles, mais de 5 mil pneus. Durante as visitas porta a porta, foram encontrados e eliminados mais de 2.200 focos do mosquito. Foram visitados aproximadamente 80 mil imóveis. No ano inteiro de 2019, as equipes de Agentes de Combate a Endemias visitaram mais de 700 mil imóveis.

Somente no último sábado, 11, no Jardim Paiva, no trabalho rotineiro de visita casa a casa, foram encontrados 290 focos positivos do mosquito.

O Secretário da Saúde ressaltou ainda que 80% dos focos do mosquito estão nas residências. “Nós tivemos dois anos, 2017 e 2018 muito bons com relação a casos de dengue e na sequência, 2019 muito ruim, com mais de 14 mil casos. Não podemos perder mais ninguém. Infelizmente a perspectiva para 2020 é que tenhamos um ano muito ruim. Se trabalharmos muito bem, conseguiremos evitar, mas se não houver a ajuda da população, poderemos ter um ano piro que 2019”, alertou o titular da pasta.

Segundo o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), do Governo do Estado, Ribeirão Preto está entre as 134 cidades em alerta para a doença por conta da quantidade de focos registrados, são 1,69 focos por residência. Em média, no Estado de São Paulo, são 2,5 focos por cada casa.

Primeira morte

A morte da criança de 8 anos é a primeira registrada neste ano em decorrência da doença. Agora a investigação é sobre onde a menina contraiu a doença, em Ribeirão Preto ou São Simão, cidade onde ela morava.

“Ainda está em aberto para a investigação se ela contraiu a doença aqui em Ribeirão Preto ou em São Simão. Tecnicamente, para nós, é importante, mas, do ponto de vista humano, não faz diferença. Infelizmente, a evolução da doença foi fulminante, e apesar do atendimento, não foi possível mantê-la viva”, lamentou Sandro Scarpelini.

A criança estava em Ribeirão Preto, passando férias com o pai. Na terça feira, 14, a paciente foi levada à UPA – Unidade de Pronto Atendimento da avenida Treze de Maio, com sintomas da doença há três dias. A criança foi atendida pela equipe e seus exames tiveram resultado NS1 positivo para a doença. Ela recebeu todos os cuidados necessários e teve seu retorno agendado para 11h da quarta-feira, 15, na mesma unidade de saúde.

A paciente retornou no horário marcado, quando foram colhidos novos exames, que apresentaram poucas alterações e o médico assistente a liberou para observação em casa.

Cerca de quatro horas após a liberação, a criança apresentou piora no quadro e foi levada de imediato à UPA, onde chegou em estado crítico. Imediatamente, foram iniciadas as medidas para ressuscitação e transferida rapidamente para Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas, onde por volta das 18h foi constatado o óbito.

Durante a coletiva, o secretário afirmou que o caso será investigado detalhadamente. No entanto, as primeiras informações indicam que, na véspera do óbito, a criança também teria passado por atendimento médico em São Simão.


Foto: Divulgação

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