Setembro Amarelo é o mês de valorização à vida
Conversar pode salvar uma vida

Setembro Amarelo é o mês de valorização à vida

Campanha de conscientização tem como objetivo prevenir o suicídio

Organizada com apoio do Centro de Valorização a Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha "Setembro Amarelo" tem como objetivo alertar a população a respeito do suicídio no Brasil e incentivar as pessoas a falarem sobre o tema, que ainda é tabu no País. Iniciada em 2014, a campanha identifica locais públicos com a cor amarela e divulga informações sobre o assunto.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 32 pessoas se suicidam por dia no Brasil, com crescimento maior da incidência entre os jovens. Entre 2002 e 2012 houve um aumento de 33,6%, o triplo da taxa de crescimento da população. O País é o 8º com mais suicídios no planeta.

Para a psicóloga Ana Carolina F. Paiva de Pina, o suicídio é um problema de saúde pública. Ana Carolina diz que ignorar o assunto faz ele se tornar mais assustador, o que deixa mais difícil de lidar quando ele vem à tona. "Precisamos pensar sobre o que tem levado os nossos jovens a tomarem essa atitude", ela diz. "É possível evitar que esses tabus continuem crescendo, mas para isso precisamos cultivar nossa capacidade de conversar e criar mais oportunidades para que isso aconteça", ela acrescenta.

A psicóloga ainda diz que conversar é umas das formas de se prevenir o suicídio quando o diálogo estiver a serviço de criação de um vínculo significativo com a outra pessoa. "Penso que uma pessoa que não encontra uma saída para a dor de existir, a não ser terminar a própria vida, é uma pessoa que não tem mais vínculos significativos", conclui.

"Lidar com esses sentimentos não deve ser um tabu, mas uma forma de cuidar da própria saúde. E, para cuidar da saúde da mente, precisamos pensar e conversar", diz Ana Carolina.

O Centro de Valorização a Vida (CVV) é uma instituição sem fins lucrativos que dá apoio emocional e trabalha com a prevenção de suicídios, atendendo de forma voluntária ou por telefone, por meio do 141, ou pessoalmente em algumas regiões. Hildebrando Moraes, voluntário do CVV, explica que muitas pessoas que procuram o serviço para desabafar não têm outra pessoa para conversar.

"Por ser um assunto pouco discutido, as pessoas ficam com receio de conversar com familiares e amigos e o sentimento só vai crescendo", ele diz. Para ele, às vezes, a conversa com o atendente alivia. Mas, quando percebem um risco maior, eles sugerem que a pessoa procure ajuda especializada.


Foto: Pixabay

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