USP continua busca por pessoas saudáveis e com depressão ou transtorno bipolar
USP continua busca por pessoas saudáveis e com depressão ou transtorno bipolar para pesquisa

USP continua busca por pessoas saudáveis e com depressão ou transtorno bipolar

FMRP ainda tem dificuldades para encontrar voluntários que não apresentam qualquer transtorno psiquiátrico

A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP ainda precisa de voluntários que se enquadrem em duas categorias: saudáveis e com depressão ou com transtorno de humor bipolar (depressão bipolar). Os participantes contribuirão para pesquisa que busca ajudar no diagnóstico diferencial entre a depressão unipolar e a depressão bipolar. Os voluntários que menos participam são aqueles sem qualquer transtorno psiquiátrico (saudáveis).

A pesquisa está sendo conduzida pela doutoranda Itiana Castro Menezes, do Programa de Saúde Mental da FMRP, com orientação do professor Mário Juruena. Com previsão de publicação para fevereiro, ambos irão anunciar na revista de medicina da USP um artigo científico de revisão da literatura que aborda justamente a diferença entre depressão unipolar e bipolar, diagnóstico diferencial e a importância de obtê-lo.

Os voluntários saudáveis precisam ter entre 30 e 65 anos e não ter histórico de transtorno psiquiátrico ao longo da vida, nem ter parentes de 1º grau com transtornos. A participação desses voluntários terá duração de 30 a 75 minutos, incluindo entrevista, coleta de sangue e entrega de recipientes para coletar saliva e poucos fios de cabelo.

Quanto aos voluntários com depressão ou com transtorno bipolar, estes devem ter entre 18 e 30 anos. Será realizada entrevista e coleta de sangue, com duração de 60 a 90 minutos.

Os interessados podem se inscrever pelo e-mail [email protected].

Mais informações no número (16) 3315-3000.

Dificuldades para encontrar voluntários

Por ser um estudo caso-controle, algumas variáveis como idade e sexo precisam estar pareadas entre os grupos para que elas possam ser comparadas adequadamente. “Por isso, convidamos a participar pessoas com depressão ou transtorno bipolar com idade de 18 a 30 e sujeitos saudáveis a partir dos 30 anos de idade”, conta Itiana.

Na pesquisa, o voluntário a sujeito controle é triado para exclusão de qualquer transtorno psiquiátrico e, portanto, ele também não pode ter parentes de 1° grau com transtornos. ”Pedimos isso, pois trabalhamos com genética, então, quanto mais vieses pudermos evitar no estudo, melhor”, explica a pesquisadora.

Itiana ressalta que a faculdade ainda está com muita dificuldade em conseguir participantes do tipo controle. “São os que menos nos procuram se candidatando a participar e são de suma importância para a realização do estudo”. 

Entenda a diferença

Em ambos os transtornos - tanto transtornos depressivos (unipolares) quanto  transtornos bipolares - os pacientes apresentam a fase depressiva com sintomas bem semelhantes. No entanto, mesmo com quadros depressivos semelhantes (clinicamente), o tratamento farmacológico entre eles é distinto. “O objetivo da pesquisa é a busca por biomarcadores para a distinção entre depressivos unipolares e bipolares, para auxiliar no direcionamento do diagnóstico psiquiátrico”, afirma Itiana.

Já nos transtornos bipolares, há alternância entre quadros de hipomania e/ou mania (euforia) e de quadros depressivos.  “A questão que levantamos é que: maior parte dos quadros de mania e/ou hipomania costuma acontecer após os primeiro episódios depressivos; maior parte dos pacientes bipolares são ou do espectro bipolar ou são do tipo II, ou seja, fazem hipomania (euforia ou agitação mais leve), e essa hipomania costuma ser sub-relatada pelos pacientes aos médicos, sendo os pacientes, por fim, diagnosticados como unipolares”, aponta a pesquisadora. Desse modo, esse diagnóstico equivocado faz com que os pacientes não recebam o tratamento adequado e, assim, seus quadros depressivos se tornam ainda mais crônicos.


Foto: Pixabay

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